quarta-feira, 20 de julho de 2011

Não sou um poeta - I am not a poet


Não te consumas na interpretação dos meus
Devaneios.
Não busque a lógica nos meus raciocínios
Desconexos.
Se me procuras nas entrelinhas das minhas 
Linhas te perdes no vazio da minha 
Loucura.
São loucos os meus pensamentos e, se te 
Perderes neles, nunca mais te 
Reencontrarás.
Seja razoável, deixa pra lá, não liga, só
Deixa como está.

Não tenho a pretensão de ser um poeta,
Nunca soube fazer poesias. 
As letras me assustam tanto quanto as 
Noites frias e escuras, pura loucura.  
Em devaneios, permito que a caneta 
Baile sobre a folha de papel e me 
Deixo ser tomado pelo seu encanto e
Suas fantasias.  
Loucura, simplesmente, loucura, 
Poesias!
Não importa se lógico ou ilógico, sou
Tomado pela a beleza da gravura que
A caneta produz em seu singelo bailar. 

A ausência de conteúdo é uma constante
Em  minhas lógicas
O vazio do meu raciocínio me impede
De escrever algo sano e então (...). 
Se procuras algo racional no meu 
Pensar, abraçar-te-a ao "nada", ao 
Vago.
Tão igual a caneta que escorrega por 
Entre os meus dedos e caiu, os meus
Pensamentos caem, se quebram e 
Esvaim-se no "tudo" que um dia 
Ousei pensar. 

A sabedoria, sábia, sempre se furtou
Da minha companhia.
Quando nasci ela me olhou de 
Soslaio e, cismada, se afastou.
A sabedoria se afastou e ainda hoje, 
Ressabiada, guarda distância mim.  
Estúpido nunca fui e nem sou, mas
Não consigo uma conexão com a 
Lógica das letras.
As letras sempre me assustaram, 
Elas sempre trapaceiam comigo, 
Me enganam. 
Creio que o meu raciocínio 
Abnegou-se do racional e espera 
Pela aceitação do irracional.

                  Habacuc, julho de 2011

                   *
I am not a poet

Don´t consumed yourself trying to interpreting
My daydreams.
Don't look for logic in my reasoning
Unconnected.
If you look for me between the lines of my
Lines you will get lost in the emptiness of mine
Craziness.
My thoughts are crazy and if you get
Lost in them, you will never find
Your way.
Be reasonable, let it go, don't care, just
Leave it alone.

I never intended to be a poet,
I never knew how to write poetry.
The lyrics scare me as much as the
Cold, dark nights, pure madness.
In daydreams, I allow the pen
Dance on the sheet of paper and
I let myself be taken by its charm and
Its fantasies.
Madness, simply madness,
Poetry!
It doesn't matter if logical or illogical, I am
Taken by the beauty of the engraving that
The pen produces in its simple dance.

The absence of content is a constant
In my logic.
The emptiness of my reasoning prevents me
Of writing something sane and then (...).
If you are looking for something rational in my
Think, you will embrace you to "nothing", to the
Vague.
So like the pen that slips through
Between my fingers and fell, mine
Thoughts fall, break and
Vanish in the "everything" that one day
I dared to think.

Wisdom, wise, has always been out of
My company.
When I was born the wisdom looked at me
I squinted and, brooding, it walked away.
Wisdom has departed and even today,
Wary, keep its distance from me.
Stupid I've never been and I'm not, but
I can't get a connection to
Letter logic.
The lyrics always scared me,
They always cheat with me,
They deceive me.
I think my reasoning
Abandoned the rational and wait for
To be accepted by the irrational.

                   *

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