terça-feira, 18 de outubro de 2011

Gosto amargo - Bitter taste

Bebo! 
Bebo para esquecer o gosto amargo do esquecimento,
Bebo. 
Bebo o esquecimento que colocam em minha boca,
Bebo. 
Bebo o pensamento daqueles que pensam que vão me
Esquecer, bebo! 
Bebo suas frustrações ao perceberem que em seus 
Esquecimentos ainda se lembram de mim.

Bebo!
Anoiteço embriagado e amanheço bêbado. 
Bebo!
Bebo durante a noite o esquecimento daqueles que 
Gostariam de me esquecer, e saio á rua junto com os 
Primeiros raios do sol para lembrar os que querem 
Me esquecer que ainda estou aqui. 
Saio para que vejam que bebi todo os esquecimentos
Que colocaram em meu copo. 
Bebo, bebi e me embriaguei, embriaguei o meu 
Coração com a dor que o desprezo oferece àqueles 
Que ele toma em seus braços. 

Bebo!
Bebo não com a intenção de ser percebido por quem
Quer me esquecer, só bebo a minha dor.
 Bebo!
Bebo, mas bebo somente para não desperdiçar, para
Não jogar fora o cálice que me é oferecido. 
Bebo!
Bebo as lágrimas daqueles que não sabem, não 
Querem, que não aceitam me viver, bebo as 
Frustrações dos que não conseguem me ver
Vencedor, bebo a tristeza daqueles que gostariam 
De estar comigo mas não podem, e bebo.
Bebo o gosto amargo de não conseguir ser
Esquecido por aqueles que adorariam me esquecer.

                                             Habacuc, outubro de 2011


                          *

Bitter taste


I do drink! I drink to forget the bitter taste of oblivion,
I do drink. I drink the forgetfulness which was put in
My mouth, I drink. I do drink the thought of those
Who think that they will forget me, I drink! And I
Drink their frustrations when they realize that in their
Forgetfulness they still remember me.

I do drink! By drinking I am already bosky at nightfall
And I do wakeup still drunk. I drink. I do drink! I drink
All night long the forgetfulness of those who would
Love to forget me and do go to the street together with
The first rays of the sun to every one to see that I drank
Non-stop for the night. I go out to everybody to see that
I drank all the oversights that were put on my glass.
I drink, I got drunk, and I got my heart drunk with pain
Which disdain has to offer to those who are forgotten.

I do drink! I drink not with the intention of to be
Perceived, by those want to forget me. I do drink! But I
Drink only for do not waist, not to throw away what is
Offered to me. I do drink! I drink the tears of those who
Do not know, do not want to live with me, I do drink the
Frustrations of those who can not accept me as a winner,
I do drink the sorrow of those who would like to be with
Me but can not, and I do drink the bitter taste of be
Unable of be forget by those who want to forget me.

                                   *

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