terça-feira, 18 de outubro de 2011

A minha paz - My peace



Há muito a paz me deixou, ela se escondeu de mim! 
Procuro-a em todos os cantos e, não a encontrando, 
Choro. 
Choro, grito, grito por seu nome e ela, a paz, mesmo
Estando ali, do meu lado, fingindo não me ouvir,
Não me responde. 
A paz se recusa a vir ao meu encontro, ela  me deixa
Chorar, permite a tristeza apoderar-se do meu 
Coração. 
A paz, ainda que estando mim, sinto-a distante, tão
Distante que penso que nunca a experimentei. 
Então, triste, me consolo com a tristeza que jamais 
Me abandona. 
A tristeza que me faz companhia nos meus 
Momentos de maior agonia.

Na imensidão do mar das tormentas chamo, peço
Pela paz, grito. 
Grito mas a paz ouvindo os meus gritos desesperado, 
Sorri, ela zomba do meu desespero. 
A paz zomba do que sinto, ela sorri do meu medo e o
Pede para que me torture um pouco mais.  
A paz pede para que o meu medo me assuste e,
Assustado, estendo os meus braços em busca de paz. 
A paz desconhece a misericórdia, ela não sabe o 
Que é a necessidade de ter paz. .

Terei eu, algum dia, paz? 
Como seria possível eu ter paz se mesmo quando 
Durmo o faço sob a angustia do medo. 
Como ter paz se, mesmo quando em paz, vivo à 
Angustia do medo?
Então clamo por paz mas ela só me atende quando
Não tem para onde ir. 
A paz só atende ao meu chamado quando ela está só,
Quando em busca de paz.
Quando ela se encontra perdida e, perdida, busca 
Refúgio na paz que sempre me negou. 

                            *


My peace


Peace hid from me long ago! I look for it and, when I don’t find it,
I cry. I cry, scream, shout its name and, right beside me, it pretends
Do not to hear me, it refuses to come to my encounter and makes
Me cry, allowing sadness to take over my heart. Even though peace
Is in me, I feel it distant, almost never try it and, sad, comfort
Myself with the sadness that won’t leave me, sadness makes me
Company even in the hardest moments.

I call, shout for peace and, hearing my desperate scream, peace
Mocks me, it laughs at my fear and asks it to strangle me, to
Torment me harder. Peace asks fear to scare me and frightened
I open my arms searching for peace that dances, dances around
Me without, however, come to my rescue. Peace lost itself from me,
My peace is my fear, my loneliness.

Will I still have any peace? How would it be possible if even when
I sleep, I do it with fear, I do it under the shadow of alarm?
I call for peace that only comes to meet me when it doesn’t have
Anywhere else to go. Peace only answers my call when it needs
Peace, when it finds itself lost and, lost, seeks for shelter in me.

                                                        Translated by Larissa Abreu

                                       *


Nenhum comentário:

Postar um comentário

O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...