domingo, 20 de novembro de 2011

Caminhando a vida



Caminho a vida, estrada desconhecida que não sei onde me
Levará. Corro a vida como corro atrás do vento que parece
Fugir de mim enquanto me arrasta para o fim de tudo que o
Tudo parece ser. Caminho, corro e não chego a lugar algum
Além da vida que persigo. A vida é minha, mas não a
Conheço enquanto vida. A vida me foi dada mas cedo ou
Tarde a tirarão de mim sem me consultarem.

Sei que não adianta eu caminhar rápido para viver mais a vida
Porque só me será permitido viver o que me foi dado para viver.
Andar ou correr a vida dá no mesmo pois nunca viverei além
Do que me foi destinado viver. Caminho a vida como se a vida
Fosse minha, sigo a vida de acordo com a força do vento que
Me empurra para o seu final. Corro, caminho a vida como se
Estivesse indo para casa, me agarro ao vento e o deixo me
Arrastar, me levar para o que penso ser a morada eterna.

Vivo a vida na perspectiva de descobrir o que a vida esconde
De mim, o que a vida é depois do que vivo aqui. Sigo, corro
Atrás do vento que me empurra, que me leva para onde ele
Dorme, onde a vida descansa sob as sombras. Corro atrás do
Vento que me leva para onde dizem tudo acabar, caminho a
Vida como se ela fosse terminar quando eu parar. Acompanho,
Persigo o vento que se esconde onde não o consigo encontrar e,
De seu esconderijo, ele me grita, me chama, louco para encurtar
O meu tempo aqui, no que penso ser a vida. 

                                                                                                  Mauro Lucio

                            *

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