domingo, 27 de novembro de 2011

Chuva



Vivo uma chuva que não molha, mas que também não me
Permite escapar de seus pingos. Vivo um dia nublado que parece
Não ter fim. Sinto um frio que não me incomoda mas esfria o
Meu espirito. Preciso ser amado mas o amor foge de mim, não
Me quer. Choro! Choro a solidão que se instalou em meu peito
E se recusa a me deixar. Vivo uma chuva que não me molha,
Mas encharca, esfria a minha alma e faz todo o meu corpo
Tremer de frio.

Vivo um sentimento que nunca experimentei antes, é qualquer
Coisa que não entendo, que me incomoda, que me fere sem
Doer e dói sem ferir. Sinto algo vazio, indecifrável e indefinido,
Que não me deixa dormir, que me tira a alegria de viver e
Atormenta o meu coração. Vivo uma chuva que me molha,
Ainda que não esteja chovendo, que me faz chora lágrimas que
Trazem mais tristeza e me convencem que posso amar, ainda
Que não exista ninguém a me oferecer amor. Vivo um
Sentimento que me frustra a cada dia que anoiteço sozinho.

Vivo um dia nublado que parece não ter fim, é o meu fim, é a
Tristeza morando em meu coração e o sol se recusando a brilhar
No meu dia. Vivo uma chuva que me molha mesmo quando não
Chove. Choro a busca frustrada por um amor que quero amar e
Este se recusa a ser amado por mim. Quero ser amado mas o
Amor não vem, não chega. Caminho sozinho na minha chuva,
Tenho muito frio e nenhum amor para me agasalhar, vivo só.

                                                                                                         Mauro Lucio

                                 *


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