sábado, 3 de dezembro de 2011

Fugindo de mim - Running from myself



Corro atrás de mim numa corrida louca que parece não ter fim.
Corro! Preciso me encontrar, me reordenar pois não quero me
Ver perdido, chegar ao fim antes do tempo de vida que me foi
Determinado. Saio, vou até a esquina da vida e lá encontro a
Morte que assiste, pacificamente, a minha corrida louca rumo
Ao fim precoce e então me pergunto: – O que estou fazendo?

Corro! Fujo de um „eu“ que não quero encontrar. Me escondo
Das sombras que são minhas sombras mas que não gosto de as
Encontrar. Me escondo, evito de todas as formas conhecer o
– „eu“ – que me incomoda, que incomoda a todos. Corro! Fujo
Do „eu“ que não gosto mas que insiste em estar em mim, que
Quer estar comigo e não desiste de ser eu mesmo sabendo ser
Rejeitado por mim. Não gosto do „eu“ que vê a vida de um
Prisma diferente do que vejo, que não vê a verdade na mesma
Cor que ela se apresenta para mim.

Corro, fujo de um „eu“ que não gosto de encontrar mas que, com
O qual tenho de conviver. Me escondo e escondido me vejo
Procurando por um „eu“ que me amedronta e com medo,
Vejo o ontem se repetindo no meu dia de hoje, assisto calado,
Assustado os absurdos praticado pelo "eu“ do qual
Nunca gostei. Corro! Fujo e me escondo do "eu“ que se agarra
Em mim. Fujo! Corro de um  "eu“ que me detesta, que se pudesse
Me abandonaria e nunca chegaria perto de mim.

                                                                                                               Mauro Lucio

                               *


Running from myself


I run after myself in a mad rush that seems to have no end.
I run! I need to find me, I need to reorder me because
I don’t want to find myself lost; I don’t want to reach the
End of life before the end of time that has been determined
To me to live. I go out, I go to the corner of the life and
There I meet the death that watches, peacefully, my mad
Rush after the early end and then I ask: - What am I doing?

I run! I run away from an - "I" – that I don’t  want to meet.
I hide myself from shadows that are my shadows which I
Don’t like the meet. I hide myself; I avoid all forms of to
Know the - "I" - that bothers me, that bothers everyone
Around me. I run! I flee from the - "I" – that I don’t like
But who insists on being in me, which want to stay in me,
Which do not give up on being me, even knowing that it
Is rejected by me. I don’t  like the - "I" - that sees the life
From a different perspective that I see it, who do not see
The truth in the same color it presents itself to me.

I run, I run away from an - "I" – that I don’t like to meet but,
With which,  I have to live with. I hide myself and hidden
I see myself looking for an - "I" - that frighten me and scared
I see my yesterday being repeated on my day today, silently
I watch, scared I watch the absurdities committed by the
- "I" – which I never liked. I run! I flee and I hide myself from
The - "I" - that clings in me. I run away! I run from  an - "I"  -
Who hates me, who, if I could I would leave and never would
Allow him comes near to me.


                                *

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