domingo, 26 de fevereiro de 2012

Encarando os fatos



A verdade bate em meus lábios, golpeia a minha
face, me cala!
A verdade cala as mentiras que uso para 
justificar a necessidade que tenho de mentir, a
necessidade que tenho de me esconder, de 
esquecer o que a ela fala. 

A verdade derrama a sua ira sobre as mentiras
que me envolve, ela me despe e me empurra
com violência para diante do espelho onde me
mostra nu. 
A verdade me força a encarar a realidade da 
qual sempre tento me esconder.

A verdade me despe dos artifícios da mentira, 
ela torce a minha língua até que esta sangre. 
A verdade esbofeteia a minha face com as
verdades que faço chorar com as minhas 
mentiras. 
Ela me obriga a encarar a realidade. 

A verdade me bate, ela golpeia o que sou e me 
transforma no que devo ser. 
A verdade me obriga a dormir ao relento e, 
me cobre com o frio do sereno, assim me 
induz ao arrependimento.
Arrependido me curvo às verdades.

Me açoitando a verdade expõe as minhas 
fraquezas diante das mentiras que conto.
Me torturando a verdade me obriga a olhar
de frente as situações das quais sempre me 
escondo escudado pela mentira. 

A verdade não aceita nem às mentiras que uso
para justificar atos que entendo serem nobres. 
Então ela me bate, me puxa para diante do
espelho e se mostra nua.
A verdade se mostra crua e  nua, ela rejeita 
Qualquer hipótese senão ela sendo a verdade.

          Lido da Silva - Brasília, fevereiro de 2012.

                           *





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