terça-feira, 31 de julho de 2012

Amanhecer - Dawn



Um pingo, uma gota.
O orvalho sobre as 
flores, Um sonho. 
Os primeiros raios
Do sol sobre a relva 
molhada, as 
borboletas.
As borboletas 
Visitando os jardins, 
Um sorriso abraçando
O que restou da noite 
Que há pouco foi se 
Deitar.
Um abraço, enlace do
Que se transformou 
Em satisfação, um 
Toque meigo, doce,
Invadindo os 
Corações, quase uma
Paixão.

               Mauro Lucio

                  *




Dawn

An ounce, a drop,
The dew shining on the
Top of the flowers, a dream.
The sunrise´s first lights on
The wet grass, the butterflies
Coming to visit the gardens.
A smile embracing what
Remained of the yesterday
Night that has just gone to
Bed. A hug, a touch that was
Transformed into satisfaction,
A sweet touch, a sweet touch
Which invade the hearts, it is
Almost a passion.

               *

Não fique mudo - Do not be silent



Não fique mudo! 
Não fique calado quando o 
Silêncio tapar a tua boca com um 
Sorriso gélido. 
Não fique calado quando as 
Lágrimas de desespero te
Engasgarem e não te cales 
Quando um soluço triste parar em
Tua garganta tornando-se um nó.

Não fique mudo na hora da
Despedida! 
Dê uma saída, vá lá fora e chore, 
Chore, mas não fique calado 
Enquanto o desconsolo consome a 
Tua alma. 
Não fique calado enquanto a
Tristeza zomba da tua dor. 
Não fique mudo!

Não fique mudo quando as
Mãos frias da tristeza
Apertarem a tua garganta,
Quando o medo da solidão
Agigantar-se diante dos teus
Olhos assustados com o adeus.
Não fique calado! Não fique
Mudo quando o silêncio
Deitar-se em teus lábios.

Não fique mudo quando o frio da
Solidão derrubar a porta do teu 
Coração e o machucar em seu 
Cerne. 
Não fique mudo quando o teu 
Coração disparar de medo diante 
Do fantasma da solidão. 
Não fique calado, grite vá lá fora e 
Certifique-se de que tudo de fato 
Acabou, antes de ficares mudo.

                              Mauro Lucio


                     *


Do not be silent

Do not be silent! Do not be
dumb when silence cover
Your mouth with an icy smile.
Do not be silent when tears
Of despair choke you, and do
Not be silent when a sad sob
Take over your throat and
Become a node.

Do not be silent in the
Farewell time! Go somewhere,
Go outside there and cry, cry,
But do not be silent while the
Grief consumes your soul.
Do not be silent while sorrow
Mocks of your pain, do not be
Dumb!

Do not be silent when the sorrow´s
Cold hands tighten your throat,
When the fear of the loneliness
Loom in front of your frightened
Eyes. Do not be silent! Do not be
Dumb when the silence lie over
Your lips.

Do not be silent when the cold of
The loneliness break down your
Heart´s door and hurt it in it's cor.
Do not be dumb when your heart´s
Beats pounds of fear of the
Loneliness ghost. Do not be silent,
Shout, go out there and make sure
That all is in fact over, before you
Fall in silence.

*

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Não me diga adeus! - Don´t say goodbye!


Não! 
Não diga adeus!
Não me force a tomar este
Trago, não transforme o
Desgosto em meu tira gosto,
Não derrame em minha bocar
O gosto amargo do adeus.

Não! 
Não me diga adeus!
Não quero engolir o sabor
Salobre das minhas lágrimas,
Não me diga adeus! 
Não quero dormir nos braços
Frios da saudade, não me diga 
Adeus!
Não me diga adeus.

Não me diga adeus!
Não me prive do calor do seu
Corpo, não me diga adeus!
Não te esconda na distância,
Não me negue o teu sorriso,
Não me diga adeus! 
Não me impeça de ouvir a tua 
Voz, não me faça chorar, não 
Me diga adeus.
Não me diga adeus.

                                     Mauro Lucio


               *


Don´t say goodbye!


No! Please! Do not say goodbye!
Don´t force me to drink such
Horrible drink. Do not turn the
Heartbreak into something that
I must taste, don´t spill into my
Mouth the bitter taste of the
Goodbye.

No! Do not say goodbye to me!
I don´t want to swallow the
Brackish taste of my tears, don´t
Say goodbye to me! I don’t  
Want to sleep in the missing´s
Cold arms. Please! Do not say
Goodbye to me! Don´t tell me
Goodbye.

Do not say goodbye to me! Don´t
Deprive me of the warmth of your
Body. Don´t say goodbye to me!
Don´t hide yourself in the distance,
Do not deny me your smile. Don´t
Say goodbye to me! Don´t stop me
Of to listen your voice, do not
Make me cry, don´t tell me
Goodbye. Don´t tell me goodbye.

                     *

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Passou - It has gone




Passou! 
Como tudo na vida passou.
Desceu a rua, dobrou à primeira esquina
E sumiu. 
Não disse para onde ia, e aqui não ficou, 
Foi! 
Foi para um dia imerso no futuro ou talvez
Para algum tempo esquecido no passado. 
O fato é, que se foi! 
Aqui não ficou. 
Foi e deixou muitas lágrimas molhando as 
Minhas noites de angústia.

Passou! 
Não ficou comigo e não quis ficar com 
Ninguém. 
Foi e deixou a tortura da falta de nexo, a 
Tortura do silêncio que vomita a sua 
Indignação sobre o meu colo. 
Passou! 
Foi para onde o esquecimento recusa-se ir, 
Foi mas permaneceu em meu consciente
Cobrando-me o que nunca prometi. 
Passou como alegria e permaneceu como 
Agonia.

Passou! 
Acabou! 
Foi como o fim de um romance, foi como 
Uma história que parei de ler sem conhecer o
Final, foi como algo que fincou raiz em mim. 
Foi!
Partiu para um tempo o qual vivi sem presta 
Atenção, ou talvez tenha ido para um dia que
Ainda não chegou para mim.
Foi e levou consigo o que me restava de
Felicidade e deixou o pesadelo da sua presença.
Passou! 
Passou como tudo na vida, passou.

                     *


It has gone


Is has gone! Like everything in life it has gone.
It has gone down the street, turned the first
Corner and disappeared. It did not say to where
It was going, but here it did not want to stay.
It has gone! It has gone to a day immersed in
The future or perhaps, for some time forgotten
In the past, the fact is that it has gone! It did
Not stay here. It has gone and left so many
Tears wetting my nights of Distress.

It has gone! It did not stay with me and did
Not want to stay with nobody else. It has gone
And left the torture of the lack of nexus, the
Torture of the silence that spew it anger on
My lap. It has gone! It has gone to where the
Oblivion refuses to go. It has gone but remained
In my consciousness charging me for what
I never promised. It has gone! It has gone as
Joy and remained as agony.

It has gone! It is over! To me it was like the end
Of a romance, it was like a story that I stopped
To read without knowing the end, it was like
Something that stuck root in me. It has gone!
It has left for a time which I lived without pay
Attention, or may have gone to a day that has
Not yet come for me. It has gone and took away
From me what I have as my happiness and left
The nightmare of your presence. It has gone!
It has gone like everything in life, it has gone.


                      *

quarta-feira, 25 de julho de 2012

As palavras têm vida


Teriam as palavras espírito?
Digo que sim!
Entendo não ser as palavras meras mensageiras. 
As palavras não são como poeira solta no ar.
As palavras tem corpo, as palavras respiram,
As palavras as vezes são brutas, fazem sangrar.

Teriam as palavras sabor? 
Bem! Penso que sim.
Algumas palavras são doces, outras são amargas,
Ácidas, intragáveis, machucam, fazem chorar.
As palavras como palavras marcam e, vestidas
Ou nuas, todas querem ser  verdades mesmo 
Quando são apenas mentiras.

Teriam as palavras vida?
Eu diria que sim.
As palavras são vivas e, quando iradas, gritam.
As palavras gritam e assustam.
Inteligentes, as palavras medem cada um de seus
Atos antes de atira-los à garganta que o vai expelir.
As palavras têm vida, são ativas e estupidas
Quando tomadas de ódio.
As palavras têm espírito.

                  *




Noite de luar - Moonlit night



Pela cortina entreaberta a luz da lua
Entra em meu quarto e deita-se sobre
O meu corpo.
Dominado por sua beleza deixo-me
Ser envolvido e experimento uma
Intensa paixão.
No céu vestido de estrelas a lua me
Olha com seu olhar cúmplice e sorri. 
A lua sorri enquanto observa a sua
Luz me embriaga  como se fora o 
Mais fino dos licores. 

Tímido, me sentindo observado 
Pelas estrelas, apago a luz do meu 
Quarto.
Apago a luz e tento me misturar 
Com o escuro da noite e, neste 
Momento a luz da lua me toma em 
Seus braços com todo o seu fulgor.
O meu corpo estremece, é paixão,
É ilusão, é uma estória sem fim.
Uma noite de amor que permanece
Mesmo depois do meu adormecer.

No céu a lua, adornada por uma 
Linda vestimenta prateada,  brilha.
As estrelas, como fadas madrinha,  
Bailam ao seu redor.
Meus olhos se encantam e o meu 
Corpo vibra admirando o 
Compasso das estrelas que num 
Abraço o leva a sonhar. 
Pela cortina entreaberta a luz da 
Lua invade o meu quarto e vem
Comigo se deitar.
Ela deita ao meu lado, beija o
Meu corpo me amar.

                      *


Moonlit night

By the parted curtain the moonlight
Comes into my room and lies over
My body. Tamed by its beauty I allow
Me to be involved and experiment
The passion. In the sky dressed of
Stars the moon looks at me and
Smiles, she smiles as its light get me
Drunk with her beauty.

Shy, feeling me observed by the stars,
I turn out my room´s light and at this
Moment the moonlight hold me with
All its radiance. My body tremble, it
Is passion, it is illusion, it is an endless
Story. One night of love that remains,
Even after my sleep.

The moon shines in the sky, the stars
Dance around it and my body
Vibrates following the stars which in
A hug leads me to dream. By the
Parted of the curtain the moon´s light
Invades my room and come toy lay
By my side. She lies down beside me
And kissing my body she starts to
Love me.

                       *




O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...