segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O sorriso



O sorriso, cansados das suas desventuras,
Desvencilha-se das desilusões e repousa
Em falsa paz. 
Descabreado o sorriso pede licença aos 
Destroços causados pelas decepções e, 
Mudo, cuida das feridas dos pensamentos, 
E enquanto os tem em seus braços ouve 
Os Seus lamentos e alivia suas dores 
Banhando-os Nas lágrimas do 
arrependimento.

Deserdado da alegria, o sorriso vai onde
O sol repousa a sua luz para ver-se
Refletido em algo que lhe devolve a vida.
Abraçado aos sonhos abandonados pelos
Amores angustiados, o sorriso ouve os
Lamentos dos desenganos que nunca
Foram amados e os conforta com
Promessas vazias que ouviu do silêncio
Em sua tristeza muda.

Descrente de tudo que o amor um dia lhe  
Disse ser, o sorriso vai onde o sorriso
Esconde suas frustrações e lá, diante
Deste, sem graça, sorri dos sorrisos que
Outrora sorriram de si, de suas desilusões.
Entediado com a escuridão das noites de
Chuva, o sorriso vai onde a lua repousa e
Pede-a para que volte a brilhar em seu
Sorriso até que este reganhe o seu prazer
De sorrir. 

                            *


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