Tropeço nos
restos que as
Coisas da
vida atiram em
Meu caminho e caio.
No chão, alheio aos
Risos e sorrisos de
Deboches, percebo a vida,
Desprovida de quaisquer
Sentimento,
fugir de mim.
A vida, como
vida, não
É mãe, ela é madrasta.
Para ela pouco importa
Se me mantenho de pé,
Ou se caio.
Para a vida nada sou senão
Parte das coisas da vida,
Algo tão passageiro
Quanto ao tempo.
Triste, cabisbaixo, olho
Para o chão e este atira
Poeira em meus olhos.
Cego, coberto de pó, os
Meus
olhos ardem, os
Meus olhos ardem e
Não percebem o meu
Corpo sendo tragado
Pela
terra que o toma
Para
o sono eterno.
Não!
Não há choro, não há
Tristezas e o tic e o
Tiquetaquear do tempo não
Para, nada para, nada
Muda.
Na realidade, nessa ocasião
A tristeza se assustou e,
Assustada, ela fugiu.
A tristeza fugiu para bem
Longe da tristeza, ela se
Escondeu onde os lamentos
Não podiam encontra-la.
A tristeza odeia ouvir
Lamentos, lamentos que
Desta feita não houve.
Não houve lamentos, eles
Preferiram não comparecer
Ao evento, eles não
Aceitaram testemunhar as
Coisas da vida tripudiar
Sobre o que fui, sobre o
Que restou de mim.
Os lamentos não queriam
Assistir o chão encobrir o
Meu corpo com o seu corpo
Húmido e frio. Os lamentos
Se recusaram a ver o meu
Corpo, já tão sofrido, ser
Engolido pela terra para,
Logo a seguir, ser
Esquecido no vazio que são
As coisas da vida.
Mauro Lucio
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