sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A promessa


Filha amada!
Sei que não entendes o meu amor por ti.
Hum!
Coisas da vida, mistérios!
Tudo no universo tem uma razão de ser.
As situações se dão como lhes foi,
previamente, determinado a se dar. 
Mas esteja segura, minha filha!
Independente das circunstâncias, 
quando finalmente as luzes da sua vida
se apagarem, lá estarei eu brilhando 
em tua nova morada. 
Estarei iluminando o teu caminho e 
guiando os teus passos rumo a vitória,
à paz e ao amor eterno a ti prometido.

         Mauro Lucio - Brasília, dezembro de 2012.

                          * 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Crucificado - Crucified




Pendurando na parede desnuda, diante do meu olhar
Angustiado, está Jesus crucificado. 
Mudo, porem gritando em minha consciência, 
Perturbando o meu coração, em seu silêncio Jesus 
Me pergunta: - Por que esta tristeza em teu olhar?
Por que tanta angústia em teu coração? 
Tu ainda haverá de me crucificar outras vezes!   

Confrontado com tal afirmação o meu coração
Sobressalta-se dentro do meu peito.
Transbordando tristeza ele grita: - Não, não, não!
Então Jesus me pergunta:  - Como não? 
Não crês no que te digo?  
Não te esqueças que me esperastes por mais de
Mil anos e quando voltei não me reconhecestes, não 
Acreditastes em mim. 
Jurastes que amar-me mas confrontado com o perigo 
Me negastes uma, duas, três vezes, para  depois ter o 
Teu coração consumido pelo remorso. 

Diante do meu silêncio envergonhado Jesus me
Falou: – Não te angustie diante do meu sofrimento, 
Pois foste tu que com um beijo entregaste-me
Aos meus algozes. 
Foste tu que, por falta de fé, me crucificaste.
Ouvindo a Cruz dizer-me estas verdades me 
Perguntei: - Por que permito que Jesus permaneça
Crucificado até os dias de hoje?
Por que não  o ajudo a descer da Cruz?
Sem resposta o meu coração angustiado chora.

Como se estivesse lendo os meus pensamentos, Jesus,
Piedosamente sorrir-me e me diz: - Deixe-me aqui!
Estou preste a retornar e quando eu voltar tu irás m
Crucificar outra vez.  
Angustiado gritei: - Não! Outra vez não! Nunca mais!
Sorrindo e transbordando amor e bondade Jesus me 
Disse: - Não te preocupes, foi assim antes, será assim
Agora e será assim sempre. 
Sorria voltarei outras vezes para morrer por amor a ti.

                                   *





Crucified


Hanging on a naked wall, in front of my
Distressed eyes there is Jesus crucified.
Voiceless, however screaming in my consciousness,
My disturbed heart Jesus in His silence asks me:
- Why this sadness in your eyes?
Why so much anguish in your heart?
You will still crucify me again and again!

Faced with such horrible affirmation,
My heart startles inside my chest and overflowing sadness and cries, no, no!
Then Jesus says to me: - How come? Don´t you believe in what I say?
You have been waiting so long for me, and now you did not believe in me.
When confronted with the danger you denied me once, twice, three times,
After all you have your heart consumed by regret.

In front of my ashamed silence, Jesus told me:
- Do not annoy yourself because of my suffering.
It was you that with a kiss gave me to my tormentors,
It was you who, for lack of faith, crucified me.
- Listening to such terrible truths I asked to mys
 - Why I allow Jesus to remain crucified till the present day?
Why I ever helped Him comes down from the Cross?
Without the answer my heart cried.

As if He had heard my thoughts Jesus mercifully smiled at me and replied me.
- Let me here! I'm about to come back you.
When I come back you will crucify me again.
After to hear such affirmation, distressed shouted: - No! Not again. Never again!
Smiling, overflowing love and mercy, Jesus replied me:
- Don´t you worry! It was like that before, and will be like that now and will be forever.
I am back to die for you.


                                                                                                *

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Aleluia



Aleluia! 
Suspiram os enviados quando dois corações
Trocam juras de amor.
Aleluia!
Cantam os corações quando reconhecem a
Cumplicidade do amor nos olhares.
Aleluia!
Sopra o vento ao beijar as flores.

Aleluia!
Cantam os olhos ao admirarem a beleza das 
Estrelas passeando no céu nas noites de luar.
Aleluia! Aleluia! Aleluia! 
Declamam as flores ao sentirem-se banhadas
Pelas chuvas da primavera.

Aleluia, aleluia, aleluia! 
É assim que cantam com a mais doce e suave 
Voz, os corações em júbilo ao encontrarem
O amor do amor. 
Aleluia! Aleluia!
Declama a fé ao ser abraçada, ao ser tomada 
Por corações que, pedidos, não conheciam o 
Verdadeiro amor.

Aleluia! 
Cantam os corações ao experimentarem o 
Amor do amor verdadeiro!
Aleluia!
Recitam os sedentos de esperanças ao
Encontrarem a fonte do conforto do abstrato. 
Aleluia! Aleluia! 
Versam os olhos ao despertarem para a luz 
De um novo amanhecer.
Aleluia! 
Cantam os mensageiros  ao assistirem mais 
Uma criança nascer.

                       *

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

A minha carne - My flesh



A minha carne, mordida pela minha
Carne, dói. 
Ela dói e assusta a minha fé que
Até então pensei ser forte.
A dor dói em mim sem piedade,
Sem misericórdia. 
O medo abraça o meu corpo e a prece
Que sai da minha garganta fraqueja,
Ela parece querer abandonar o seu curso,
E o desespero me abraça.
A minha carne morde a minha carne até os
Seus dentes atingirem os meus ossos
Agora quase expostos
Oro!
Oro e me apego a minha fé, seguro-a no 
Intento de evitar que me abandone.
As noites são longas e os dias são 
Enfadonhos e sofridos.  
A minha carne dói!
Ela dói  e um gemido agonizante escapa
Por entre os meus lábios e corre. 
Ele foge!
Ele foge e vai para bem longe de onde estou
E então ficamos a sós, eu, a dor e a minha fé. 
A minha carne doi! 
Ela doi e a minha fé desalentada me olha. 
Ela olha para a porta, olha para mim e
Somente por piedade se deixa ficar comigo.
Efraquecido de corpo e de fé me pergunto se
Vale a pena esperar por um novo amanhecer. 
A minha carne morde a minha carne e uma
Dor atroz me tortura. 
Me dói tudo, me dói até o ato de pensar mas
Penso:  Tudo e todos se foram, estou só, 
Somente a minha combalida fé permanece 
Comigo e para não vê-la morrer me 
Convenço a aceitar a viver mais um dia,
Um outro dia.

                     *



My flesh

My flesh bite by my flesh and it hurts.

My flesh hurts and scares my faith

Which till now, I thought to be strong

But by facing such pain it falters.
The pain, mercilessly, hurts me,
Merciless the pain´s fear embraces
My body and the pray that comes out
Of my throat seems to abandon me,
It seems to want to abandon its path
Forcing the despair to embraces me.
My flesh bites me till its teeth reach
My bones which, soon, will expose
Itself under my skin. I pray! I pray and
I cling to my faith and hold it in an
Attempt to prevent it to leave me.
Nights are too long and the days too
Suffered. Tears are sad and despair
Ghastly.
My flesh hurts. An agonized groan
Escapes from my throat and runs
Away, it goes well far from where I
Am and we stay alone, me and my
Faith. My faith, dismayed, looks at me,
It looks to the bedroom´s door and,
Only by pity, remain with me.
Indecisive, weak in body and in faith I
Wonder if it's worth to wait for a new
Dawn. My flesh bites my flesh and the
Pain torture me, it hurts all over my
Body, it hurts even the act of to think.
All has gone, only my weak faith
Remains in me and trying do not lose
My faith I live my life day by day.

                                    December 18, 2012

                    *
 

O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...