terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Do beijo ao terço



Do beijo ao terço é só uma corrida ao
Avesso do que vejo ao escurecer do
Dia.
O beijo é uma prece feita para
Ninguém, é o amém.
É um amém que grita na escuridão da
Madrugada. Que nada! 
É o medo do além.

Do beijo ao terço é só um soluço.
É o curso do desengano, o pretexto,
Algo de causar dó. 
O terço é a pedrada que grita ao
Quebrar a vidraça do silêncio para
Desnudar a verdade que dorme ao 
Relento, e levanta-se irada.
Levanta-se irado mas o faz sem
Reclamar, ela não deveria dormir.


Do beijo ao terço é um passo só.
É o regaço do que tenho dó, é o
Pedido de desculpas do inocente que,
Sem culpa, se desculpa só para ver-se,
O mais rápido possível, sozinho 
Agasalhado em sua Timidez.

Do beijo ao tropeço é um descuido só.
É o atropelo do que lhe bate na face e 
Sorri da vergonha que causa.
É a lágrima que cai, é a situação em
Que o sorriso ri e provoca embaraço.
E o descaso que o acusa de 
Envergonha-lo.
                                Janeiro 05, 2013

                      *



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