segunda-feira, 3 de junho de 2013

Os trâmites do que está por vir.



Cético, ressabiado com as coisas da vida, rebato
As ideias preconcebidas e, abraçado ao bom
Senso espero a inteligência ditar os trâmites do
Que esta por vir.
O bom senso, confundido com a covardia,
Censura os pensamentos repreendendo os
Mais obtusos, até que estes encontrem a razão.
Encontrada a razão e tomado de certezas, sem
Ser prepotente, o pensamento apaga a luz e,
Misturado ao mistério da escuridão, imagina ser
O cerne das evidências que mostram o não
Óbvio e admite existir o medo.
Os medos repelem as ideias inúteis e vingam,
Vivem e sobrevivem às coisas e desafiam a
Minha coragem, há muito reticente.
Observo e rejeito as ideias que querem me
Convencer de que a fé é desnecessária. Incauto
Me deixo iludir pelo entendimento de que, como
Humano sou pecador e, como pecador devo
Pecar e,  tendo pecado, devo busca do perdão
Em sua fonte e então peco mais uma vez.
Peco mas o arrependimento é inclemente, ele 
Não perdoa. Arrependido, com alguma inveja,
Observo a lua que sem luz própria ilumina 
Majestosamente à noite com a qual namora 
Sem perder suas virtudes.
Diante da imensurável pureza da lua sinto-me
Extremamente pequeno e me espanto com a
Facilidade com que me dou ao pecado. 
Entendendo a minha real importância no
Universo temo ser ignorado por este.
Tomado pelo pecado discuto o entendimento
De que a vida nada tem a ver com o que penso,
Até porque, o que penso é o que vivo.
Cético não permito que o entendimento de que
O fim da vida significa o fim de tudo, por que
De tudo que me foi dito sobre a vida, nada me
Não explica, de forma convincente, o que
Transcende a matéria.
Rebato as ideias preconcebidas e, abraçado
Ao bom senso, espero a inteligência ditar
Os trâmites do que estar por vir.
                                                Junho 03, 2013

                                *



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