sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A seca


O sol, o chão, a poeira!
O vento seco sopra, o cisco preguiçoso acorda. 
Acorda, levanta-se para logo repousar
Nos olhos sofridos, maltratados 
Pela desolação.

As lágrimas, desamparadas, rolam, caem. 
As lágrimas caem sobre o chão ávido de sede
Que as bebe e reza. 
Faz preces aflitas, liberta o seu pranto, 
Um lamento, uma ooração.

Os braços erguidos pro céu suplicam,
Uma promessa que não lhes foi prometida.
O tempo, o sol,  o chão. A poeira ardente,
O sermão sofrido de quem não se
Desengana da fé ainda que sofra decepções.

Não chove. Sedento,  o sermão cala-se.
Diante da inclemência do sol chora. 
Os braços, vencidos  pela falta de chuva, 
Abandonam-se  ao desânimo e deixam
Os olhos marejados chorarem o desespero
Do seu coração.

                        Novembro 29, 2013

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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Medo


Sei não, mas desconfio que o medo q
ue gera os
Meus medos é algo que tem tudo a ver com os 
Tombos que tombei.
Escondido dos medos que me atormentam, sinto
Mais medo do que quando em meio a tempestade.
Que medo o medo me faz sentir de me descobrir 
Só.

Odeio o medo! 
Que o meu medo morra junto com os seus horrores. 
Que morra o medo! Esse medo infeliz que me 
Assusta sem motivos para me assustar.
Nego! 
Rejeito o susto que desperta o medo do medo que
Que zela pelo meu sono. 

Não quero e nem vou viver mais os medos que o
Medo me impõe.
Não!
Nunca mais me permitirei ser acordado pelo 
Pesadelo de sentir os medos que o medo, com 
Medo, grita no silêncio da madrugada para me
Acordar.

                                                                                Novembro 28, 2013


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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Rebeldia - Rebellious


A sabedoria ensina a não olhar
Para trás. Ela ensina o 
Desapego, e recomenda não
Fixar o olhar no retrovisor da 
Vida. 
Instruído pela minha
Ignorância, e observando a vida
Pelo prisma dos argumentos 
Olho para trás e percebo que
O ontem ainda está aqui, está
Em mim e refletido em meu
Espelho.

Sisudo, desconfiado, mudo, 
Com medo de estar sendo 
Observado pela sabedoria
Penso:  Como desprezar o 
Passado se é no passado que
Moram os amores mais 
Intensos que vivi?

A sensatez insiste ser
Necessário que me desate do
Das eventos já vividos. 
Ela indigna-se com o meu 
Apego às pessoas que deixei no 
Longínquo do tempo, mas 
Como desapegar-me das 
Pessoas ainda moram em meu
Coração?  Como concordar 
Com as filosofias que pregam
Que preciso esquecer os 
Amores que vivi e que 
Diluíram-se no tempo quando 
Esses amores  ainda vivem 
Em mim?

A sabedoria, quando contrariada, é
Intolerante. Em sua intolerância,
Ela exige que eu despreze, que me
Desvincule do que já vivi.
A sabedoria, aos olhos da minha 
Ignorância, parece que bebe. 
Quando bêbada ela crer ser possível
Viver o hoje sem considerar o que 
Vivi.

Sou rebelde, e ainda que a minha
Rebeldia me doa, jamais seguirei
Cegamente os ensinamentos da
Sabedoria e a sua sensatez.
Não! 
Não quero, não vou deixar de olhar
Para um tempo onde fui muito feliz,
Nem enterrarei os amores que amei.
Não!
Nunca desatarei o elo que me ao
Passado e jamais me esquecerei dos
Beijos  que me beijaram, e nem dos 
Beijos que beijei.

                                   Novembro 20, 2013


                          &

Rebellious


The wisdom says that I must
Not to look to the time that
Has passed.  It teach me that
I should detach myself from
The past in the way to move
Forward.
How can I do not look back
To the past, if the yesterday
Is right here reflected in my
Mirror?
How can I forget the past,
If it is in the past that lives
The most intense loves that
I lived?

The good sense insists that it
Is necessary to me, to untie
Myself from the past.
Wisdom get mad on my
Attachment to people that
I left in the distant time but
How can I let these people go
If they still lives in my Heart?
How to agree with the
Philosophies that preach
That I should forget the loves
Which were diluted in time,
When all these feelings are 
Still alive in me?

The reasonableness, if annoyed,
Become intolerant and. In it
Intolerance, the reasonableness
Requires me to despise,
Requires me to unlink from the
Love that I have loved.
The wisdom, in its storms, drinks,
And drunk it believes to be
Possible to me to live the today
Without consider the all the
Experiences which now rest in
The arms of the past.

I'm a rebel, and even my
Rebellion hurt me, I will never
Follow, blindly, the teachings of
The wisdom and the sensibly of
The soundness.
No! I don´t want! I will not stop
To look at a time when I was 
Happy, nor I will not to bury 
The loves that I loved.
No! I will never to untie the link
That connect me with the past 
And I will never to forget the 
Kisses that kissed me, neither 
The kisses I kissed.

                     November 20, 2013


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Um pensamento infinito...


A vida



Vida, vivida fora de um lar é mãe
Rude, é madrasta de pouca
Tolerância.
Vida, quando vivida ao desabrigo
Familiar desconhece afagos,
Abraços e aconchegos.
Vida sendo simplesmente vida
Tortura, machuca, faz chorar,
Bate sem piedade, sem
Misericórdia.

A alguns, as durezas da vida
Deforma, rouba-lhes o espírito,
Esfria seus corações.
A alguns, a frieza da vida ao
Relento embrutece, despe-os da
Compaixão.
A alguns, os desencantos da
Vida de abandono tira-lhes a
Razão e os transforma em
Violências que ignoram os
Os "se não".
 
A rudeza da vida ao desabrigo
Do carinho familiar a alguns
Amansa, educa, apara arestas e
Os enobrece. A estes, a chibata
Da vida sendo vida, formata-os
Para a tolerância, para a
Compaixão, o perdão e o amor.

A alguns, o fel da vida ao
Desabrigo não embriaga, não os
Vicia ao ódio. A alguns, como o
A forja e a marreta, o sofrimento
Molda-os para o amor.
Os lapida e os transforma em
Joias preciosas e os faz brilhar
Tal como brilha a luz do sol e
Das estrelas.

A alguns, a truculência da vida
Órfã verga, mas não os quebra,
Não deforma seus espíritos.
A estes o tempo ensina a
Ponderação e reflexão.
Aos que a vida como vida não
Destrói, ela amansa seus corações
E os dá a conhecer o amor de Deus
E os entendimentos de suas razões.

                               Novembro 22, 2013


                            &


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Descompassos da vida - Dissonances of life


Dos descompassos da vida
Nascem as feridas.
As paixões geram as desilusões
Que cantam as frustrações
Versando as angustias do coração.

Os desamores ferem,
As despedidas frustram,
As idas e vindas desiludem.
As desilusões machucam,
Os lamentos esfriam.

As desventuras calam os cantos,
As tristezas provocam os prantos
E estes choram os desencantos
Com a ausência do amor.
Chora a dor.

Os descompassos causam as feridas,
As desilusões abusam das paixões,
Aguçam as decepções do coração
Que chora lágrimas descabidas.

De tudo que entendo ser o amor
Restará somente a dor.
Das promessas será lembrado
Apenas as promessas e as feridas
De quem nelas acreditou.

                           Novembro 18, 2013


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Dissonances of life


From dissonances of life
Comes the wounds.
The passions generate disappointments
That sings the frustrations
That wounds the hearts.  

The sadness hurts,
The good by frustrate,
The comes and goes disappoint.
Disillusionment aches,
The laments cool down.

The misadventures silent the music,
The sorrows provoke tears
And the tears mourn the disappointments
With the absence of love.
Cries the pain.

Mismatches cause wounds,
Disillusion abuse of the passions,
Sharpen the disappointments of the heart
Who cries misplaced tears.

Of everything that I understand to be the
Love will remain only the pain.
Of the promises will be remembered
Only the promises and wounds of those
Who believed in it.

                            November 18, 2013


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Os "sins"




Ainda que os "sins" mintam e
Escondam as suas agonias, eles
São "sins" e ferem menos que os
"nãos".

Aos "nãos", pouco importa se as
Portas guardam segredos que,
Se açoitado pelo vento batem, e
Iradas gritam o inconsequente:
– "Não!".

Antes que os "sins" chorem a
Tristeza de deparar-se com o
"nãos", um beijo escorrega dos
Lábios e cai no chão e abre as
Feridas que repousavam sob
Cascas espessas que as 
Escondia.

Abertas, as feridas sangram
Lágrimas que contam estória de
Desencantos e de desilusões
Com as promessas vazias de 
Um amor que nunca de fato
Existiu.

Como o tempo, a sorte e as
Outras incertezas abandonam a
Paixão e disfarçam a suas
Lágrimas sob cascas espessas
Que as protege do gélido "não".

Ainda que os "sins" mintam e
Escondam suas decepções e
Agonias, eles são "sins" e
Amargam menos que os
"nãos".

                        Novembro 18, 2013


                    &

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

As minhas verdades



Me perco nas linhas dos poetas e, em suas
Entrelinhas, em reflexão, viajo os seus
Pensamentos que, por descuido, penso
Serem loucura.
Se loucura fossem, o que poderia eu dizer?
Pensamento é coisa sem dono, é verdade
Que não carece de verdades para serem
Verdadeiras.

Observo os versos dos poetas que hora
Xingam, hora bravejam e, em crise de
Sanidade proferem palavras que
Escondem o seu estado de espírito.
Finjo entender suas colocações
Poéticas e as discuto. Discuto-as com
Aqueles que se acreditam doutores
Nesta loucura e me faço parecer tão
Louco quanto esses.

Por fim, permito-me me embriagar com
As essências dos poemas que choram
Dores que não sentem,  paixões que não
Conhecem e amores que não viveram.
Embriago-me com as mentiras escondidas
Nas verdades das linhas onde os poetas
Escondem suas tristezas e acredito serem
Verdades as loucuras que estas contam.

Me perco nas entrelinhas dos poetas,
Tropeço em seus versos que hora xingam,
Hora bravejam e reclamam amor.
Por fim embriago-me com as essências 
Dos seus pensamentos que jorram poesias 
Que envolvem-me e me embriago outra 
Vez.
Embriagado aceito como verdades suas
Fantasias e me apaixono por estas e as
Contos como se fossem as minhas
Verdades.
                                                Novembro 13, 2013

                          &



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Filosofando a vida

 

Sem a pretensão de querer ser um filósofo, em devaneios,
Aqui e ali, cismado, observo a vida. 

Em minha percepção ignorante a vida hora se comporta 
Como as mulheres sérias, hora se comporta como as 
Vadias, ela engana e daí é melhor cuidar.

Pensando a vida percebi que ela é algo que pode acabar 
Aqui, agora, já daí a importancia de nunca parar para
ficar olhando para trás. 

Filosofando sobre a vida entendi que ela é algo para ser 
Vivido agora já e não para ser compreendida.

Percebi que compreender os mistérios da vida gera, num
Primeiro momento, confusão e a seguir as frustrações
E finalmente a depressão, a tristeza.
 
A compreensão da vida me mostra o quão insignificante 
Sou.

Observando a vida descobri que há tanto mistérios debaixo
Do céu, que escapa ao ser humano conhece-los.
 
Estúpidos, estúpidos, estúpidos! Julgam-se sábios e 
Pensam serem capazes de decifrar o criptograma que é a 
Vida!

Atentando sobre a vida, fui convencido de que do prisma 
Pelo qual observo esta, tudo é possível neste universo, 
Inclusive as mentiras, as verdades e o amor verdadeiro.

A vida é tão fingida quanto qualquer espécie do sexo 
Feminino! Mais forte que os homens a vida, assim como 
As mulheres, chora, finge frágilidade sempre que 
Contrariada, só para poder seguir o seu curso como 
Deseja seguir sem ser contrariada.
 
Vivendo aprendi que é falso crer que a morte usurpa a 
Vida e que a vida, a qual me escapa por entre os dedos 
Sem que eu possa mudar esta situação, não seria vida se 
Não existisse  a morte.

Pensando a vida no formato que entendo ela ser, não vejo o 
Meu corpo como sendo parte do que sou.  O meu corpo é 
Tão somente a roupa na qual sou destinado viver. 

O meu corpo é a vestimenta da qual, de repente, me dispo e
Pronto.  Parto deixando-a para trás enquanto vou viver uma 
Nova realidade à qual escapa à compreensão daqueles que 
Permanecem aqui nesta "vida".

Ainda que sendo longa a vida pode acaba aqui, já, neste 
Momento. Cuida não desperdice tempo, até porque o tempo 
Não espera.  Discutir os imbróglios da vida com a vida é 
Perda de tempro, apenas viva.

Com frequencia desentendendo-me com a vida, mas sigo
Vivendo.  Ainda que vivendo com relativa intensidade, nos
momentos de lucidez e mais clareza percebo que quase 
Nada vivi.

                                                      Novembro 08, 2013




                                                             &

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Previsível - Foreseeable



Sou vazio como o "não",
Racional como a razão,
Previsível como o "sabido",
Não sou atrevido.
Sou distante mesmo estando perto,
Perdido ainda que segures em minhas mãos,
Sou frio como a solidão.

Não sou lógico,
Contradigo as suposições
Desprezo os pensamentos vagos e
Nunca viajo em devaneios.
Sou o oposto do que a situação impõe,
Não agrado.
Sou irracional, louco lógico,
Pareço duro como o "não".

Mato as dúvidas para sobreviver,
Abro feridas se necessárias para aprender e,
Digo não! Digo o "não" sem receio de magoar.
Afasto-me da lógica para não entediar, 
Não permito as suposições para não me enganar e,
Não permito devaneios que possam me magoar.

Sou todo o oposto do "não",
Louco como a paixão,
Imprevisível como o "se não",
Sou atrevido.
Estou perto mesmo quando distante e,
Ao teu lado, ainda que me saltes a mãos,
Sou o calor que assusta a solidão.

                                             Novembro 07, 2013.

                           &


Foreseeable


I'm Empty as a "no"
Rational as the reason,
Predictable as the "known"
I'm not bold.
I am distant even being close,
Lost even you hold my hands,
I'm cold as solitude.

I'm not logical,
I contradict the assumptions,
I disdain the vague thoughts and
I never travel in daydreams.
I am the opposite of what the situation requires,
I don´t liking.
I'm irrational, crazy logical,
I am hard as the "no".

I challenge the doubts in the way to survive,
I hurt if it is necessary to survive and
I say no! Say "no" without fear of harm.
I get away from logic for do not be bored,
Do not allow assumptions to avoid to be deceived, and
I don´t accept daydreams that can hurt me.

I'm the opposite of "no",
I am crazy as the passion,
I am unpredictable as the "if ",
I'm Cheeky.
I´m around even when I'm faraway,
I´m by your side even if you do not hold my hands,
I am the heat that frightens the loneliness.

                                             November 7, 2013.


                           &


terça-feira, 5 de novembro de 2013

Indefinições


As lágrimas,
Os medos,
As orações.
O coração,
A ilusão e
A razão.

O despertar,
O desejo
A vida.
As feridas,
Os apelos
Os atropelos.

Os por quês,
As respostas,
A razão!
As razões,
As decepções,
As feridas.

Os abandonos,
O esquecimento.
As desilusões,
As tristezas
As surpresas,
A vida.

            Novembro 05, 2013


              &

domingo, 3 de novembro de 2013

Despido de vaidades - Naked of vanities



Eu peço,
Se preciso imploro,
Se necessário mendigo.
Jamais permitirei que a vaidade ou
O orgulho me impeça de ter as
Minhas necessidades atendidas.

Vergonha? Claro que tenho!
Mas também tenho a obrigação
De manter o meu espírito despido
Das vulgaridades que definem
As aceitações.

Eu choro,
Se carecer choramingo, se
Necessário pranteio. Não me é
Dado permitir que meu espírito
Angustiado tenha o seu pranto
Sufocado pelo orgulho.

Eu ria,
Se oportuno dou gargalhadas e,
Motivado, explodo em extrapolações.
Jamais sufocarei um sorriso inocente
No intento de não agredir o orgulho
Dos arrogantes.

                          Novembro 03, 2013.

                        &


Naked of vanities


I ask,
If needed I do beg,
I do whatever must be done.
I will never allow the vanity or
The pride prevents me from having
My needs met.

Shame? Of course I do have it!
But I also have the obligation
To keep my spirit naked
Of the vulgarities that define
Acceptances.

I cry,
If there is need I whimper if
Necessary I mourn.
It is not given to me to allow my anguished
Spirit to have his mourning
Suffocated by pride.

I laugh,
If appropriate I do laughter,
Motivated, I burst into extrapolations.
I will never suffocate an innocent smile
With the intention of do not harming the
Arrogants´ pride.

                                 November 3, 2013.



                         &

O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...