sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Tropeço



Grite se o susto tiver sido grande!
Não mude de assunto, o medo te pegou.
Descalço as pedras moem  o teu pé,
De pé, pisas nas agulhas da vida e,
A tua vida sangra.

Não chore os tombos que imaginas ter caído,
Esqueça os braços que fingiram te amparar.
Melhor, esqueça tudo!
Deixe o tudo esquecido onde ele foi repousar.

Deixa pra lá!
O que choras não melhora.
Os que veem as tuas lágrimas não as entendem.
Os palpites são vãs, não sabem o que dizem,
Não reparam as situações e, quando cais,
Eles negam-se, deixam-te no chão.

Vire o tropeço do avesso,
E não lhe cairá um tostão.
Em meio aos "senões", tempestades
Desabam sobre a certeza e ela treme.
Ela treme de medo, mas com medo diz que
Treme de frio. E o frio será o culpado de
Tuas aflições.

                                                       Janeiro 31, 2014


                           &


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Sentimentos



Ser amado? ...
Quantas vezes acreditei ser amado por alguém
E me descobri sem amor?
Amar? ...
Quantas vezes acreditei estar amando
E me descobri equivocado?
Equívoco!
Equívoco é tudo que vivo, é o que sou.
Sou um equívoco quando amo,
Vivo um equívoco quando acredito ser amado,
E me equivoco quando acredito no amor.
Quantos equívocos,
Quantas desilusões,
Quantas lágrimas,
Quantas decepções.
Ser amado? ...
Por quem, se o amor é um equívoco?
São tantos equívocos que não me equivocar
Causa-me frustrações.
Quantas vezes deixei de acreditar no amor
Por temer estar equivocado?
Sem equívoco, e com medo de me equivocar
Outra vez, durmo nos braços gelados da
Solidão.

                                         Janeiro 28, 2014.


                              &

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O trovão

                                                                                  Foto: C. de Paula

Encoberto por nuvens
Escuras, o trovão
Retumba e, das tumbas,
Faz escorrer lágrimas
Que para esconderem
Suas lágrimas,
Despencam do céu
Como chuva.

Um urro! Espantado
O céu estremece,
Sacode o meu coração.
Um flash de luz
Chicoteia os meus olhos
E estes, assustados,
Fecham-se, recusam-se
A ver os protestos e a
Noite se faz.

O trovão retumba vezes
Após vezes e acorda os
Sentimentos que,
Adormecidos, não
Magoavam mais.
As dores disfarçam as
Suas lágrimas fazendo-as
Caírem do céu em forma
De chuva.

Um estrondo e penso
Que esta peleja não terá
Fim. O trovão sopapeia o
Meu peito, desperta o
Medo que me faz medo.
Então disfarço as minhas
Lágrimas fazendo-as
Despencarem do céu
Em forma de chuva.

              Janeiro 17, 2014


                      &

Quero ouvir


Quero ouvir o amor através de ti!
Quero ver, quero ouvir em ti a
mensagens e os mensageiros, as 
músicas que só o amor é capaz de
cantar.

Canta!
Canta!
Canta!

Quero ver o amor do amor refletido
em teu sorriso, quero a expressão
da felicidade em tua voz.
Quero que sorria com a pureza 
cristalina da água da fonte.
Quero que sorria o sorriso da paz e 
que encontres o amor.

Sorria!
Sorria!
Sorria!

Louve!
Cante! Mas cante com o coração. 
Que o teu canto seja mais que uma 
simples canção. 
Cante! 
Que o teu cantar motive os viventes
a responderem aleluia, aleluia, 
aleluia.

Cante!
Cante!
Cante!
Quero ouvir o amor através de ti.
Quero ver, quero sentir o amor 
genuíno em ti.
Quero! 
Quero a emoção dominando a tua
voz, quero em ti, o amor cantando
Para todos nós.
Cante!

       Habacuc - Brasília, Janeiro de 2014

                           &


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Que seja - Whatever



Que trovejem os medos!
Que sussurre o desespero de
Perder o amor. Que a pessoa
Amada não fique somente
Por piedade e, se ela ficar, que
Não seja atormentada por  
Desconfianças.

Que as perguntas pensadas,
Mas não perguntadas, fiquem
Sem respostas. Que as dúvidas
Durmam atormentadas pelos
Pesadelos que causam e que
Os ciúmes nunca sejam mais
Forte que o amor.  

Que seja o amor, somente amor!
Que o escuro das tempestades
Não ofusquem o brilho dos sorrisos
Que sorriem no meio do dia.
Que seja alegria, a poesia que a
Brisa declama no alvorecer.

Que chova as tristezas!
Que transborde os pensamentos
Que desquietam a alma com
Avarezas que fazem o amor pesar.
Que não sacramentem o apego à
Coisas que não passam de coisas
Que não se deve guardar.

Que seja aquela rua, a nossa rua!
Aquela morada, a nossa morada.
Aquele abraço, o nosso abraço e
Aquele beijo, o nosso beijo.
Que nunca cheguemos ao fim e,
Que nunca te afastes de mim.

                     Janeiro 07, de 2014

                        &

Whatever

May thunder the fears!
May whisper the despair of to
Lose the love. May the beloved
One does not stay just  
Because of mercy, and if she stay,
She must not be plagued by
Distrust.

May the thought, but not asked
Questions, be never replied.
May the doubt sleep tormented
By nightmares that it causes,
And may the Jealousy never be
Stronger than love.

May love be only love!
May the storm´s darkness never
Overshadow the smile´s
Brightness, the smile which
Smile in the middle of the day.
May the joy be the poetry
Which the breeze declaims at
The dawn.

May it rain the blues!
May it overflow thoughts
Which torments the soul with
Greed that transform love into
Burden. May it do not attach
To things that is nothing else
Than things which do not worth
To be kept.

May that street be our street!
May that home be our home.
May that hug be our hug and
May that kiss be our kiss.
May we never get to the end,
And may you ever get away
From me.

                                January 07, 2014



                       &

sábado, 4 de janeiro de 2014

Sirva-me um trago - Give me a drink



Sirva-me um trago!
Que ele amargue.
Que amargue até secar o meu corpo,
Até fazer o meu espírito estremecer de repugnância.
Sirva-me um trago!

Me dê mais um trago! Não importa o quanto amargue.
Não ligo que me fira.  As feridas ferem caladas,
Elas mordem a minha carne, come-as quando não lhes
Resta mais nada para comer. Por favor! Sirva-me um trago.

Sirva-me só mais um trago!
Não importa que meus olhos lacrimejem, ainda que este
Seja um jeito covarde de expelir as verdades, verdades
Que os meus lábios não têm coragem de contar.
Me dê mais um trago!

Sirva-me um trago!
Não importa que seja a saideira, desde que eu não tenha
Que ir-me agora.
O frio espreita lá fora, louco para desnudar os bêbados
Incautos. Me dê mais um trago!
Me dê aquele trago! O trago que os bêbados demoram
A beber, só mais um trago! O trago da despedida.

Sirva-me o último trago! O trago da lua.
A lua que passou a noite inteira calada assistindo a
Minha bebedeira. Me dê o trago para saudar o sol!
Sol que clareia a madrugada fazendo-a parecer uma
Mulher branca.

Sirva-me o meu último trago!
Que ele amargue! Que amargue até secar o meu corpo.
Que amargue até eu esquecer as feridas que me trouxeram
Aqui para beber, me dê o meu trago!
Sirva-me um trago! Só mais um trago! O último antes do
Meu adormecer.  Sirva-me um trago!
Sirva-me um Trago.

                                                              Janeiro 04, 2014

                                           &


Give me a drink


Give me a drink!
Never mind if it bitter.
May it bitter till to dry my body, till my spirit
Wince in disgust. Give me a drink!

Give me one more drink! No matter how it
Bitter. I don´t care if it hurt me. The wounds
Hurt silently, it bites my flesh. The wounds
Eat my flesh when it has nothing else to eat.
Please! Give me a drink.

Pour me a drink!
No matter if my eyes will weep, even it is a
Coward way to expel the truths, truths
Which my lips have not the courage to tell.
Please, give me one more drink!

Pour me a drink!
As long as I have not to leave now, never
Mind if it will be the last one. The cold
Weather is lurking out there, willing to
Undress the unwary drunks.
Give me another drink!

Give me a drink! The one that the drunkards
Take a little longer to drink, the farewell one.
Give me the last drink! The moon one.
The moon that has passed over night
Watching me to drinking. Give me a drink to
Greet the sun! The sun that brightens the
Dawn making it seem like a white woman.

Give me my last drink!
May it bitter! May it bitter till to dry my body.
May it bitter until I forget the wounds witch
Brought me here to drink, give me my gulp!
Pour me a drink! Just another gulp! The last
One before I fall sleep. Give me a drink!
Give me a drink.
                                           January 4, 2014


                          &


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Vento


Vento!
Menino vadio, travesso.
Garoto sapeca que suja 
As roupas do varal.
Vento!
Menino louco! 
Garoto dono da pirraças sem graça,
Bom de apanhar.

Sem graça!
Sim, sem graça!
Garoto travesso  em desordem sopra, 
Obriga a poeira sonolenta se levantar,
E a atira nos olhos que ousam olhar-lo
Com reprovação.

Aquieta-te vento!
Menino atrevido, descabido.
Deixa em paz as folhas mortas que
Drmem o sono dos justos.
Por que bolinar com corpos que
Jazem indefesos no chão?
Aquieta-te menino!

Fique quieto menino!
Não obrigue  deitar a relva que
Ainda não tem sono. 
Não faça lacrimejar olhos que não têm
Motivos para chorar!
Vai brincar! 
Vai moleque!

Vento, menino rebelde!
Cuida das tuas travessuras.
Menino sem compostura que atira
Tudo ao chão. 
Resmungão!
Acalma-te vento! 
Venha para dentro, aquieta-te.

                           Janeiro 02, 2014

              &


O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...