sexta-feira, 26 de junho de 2015

O escuro veste a noite - The dark wears the night


O escuro veste a noite,
A cisma do silêncio,
A incerteza da espera,
As dúvidas.

O lamento do vento,
O ranger da porta,
O bater da janela,
O estremecer.

O arrepio da pele,
O disparar do coração,
O amargo da boca,
A palpitação.

A madrugada,
O orvalho,
A relva molhada,
O nascer do sol.

Esperança,
O novo que não acontece,
Mais um dia,
Outro dia.

         Lido da Silva, junho de 2015

     *
The dark wears the night

The dark wears the night,
The schism of the silence,
The uncertainty of the waiting,
The doubts.

The wail of the wind,
The creak of the door,
The knocking of the window,
The shudder.

The shiver of the skin,
The heartbeat,
The bitterness of the mouth,
The palpitation.

The dawn,
The dew,
The wet grass,
The sunrise.

Hope,
The new that doesn't happen,
One more day,
Another day.

                         @

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Sou eu


Assim,
Como os pensamentos confusos,
As idas e vindas,
As lágrimas.

Assim,
Como os sorrisos abandonados,
Como a estação chuvosa,
O frio.

Assim,
Como as histórias inacabadas,
O tempo sem nada,
Sem razão de ser.

Assim,
Como o abraço de despedida,
As lágrimas de adeus,
O vazio que fica.

Sou eu,
Sou eu,
Sou eu,
Sou eu.

               &


quinta-feira, 18 de junho de 2015

Todos tem razão



O tombo!
O susto, a  morte, a sorte de não
ter que aturar mais a injustiça 
julgar enquanto a justiça, 
amedrontada, cala.

A dor! 
As lágrimas da liberdade cativa.
O sorriso que sorria alegre agora
sorrir triste, sorri sem graça.
Mas ainda assim sorri.

O susto!
Batem à porta, o medo, 
desconfiado, a atende. 
Alívio!
É a tristeza que veio visitar,
Fazer o quê? 
Deixo-a ficar.

O início foi confuso!
Passado a gritaria, percebe-se 
que todos erram e ninguém
tem razão.  
Sensata, a razão evita opinar. 
Espera para ver no que o
falatório vai dar. 

A justiça, prudente como a
sabedoria ensina, cala e observa
a injustiça acusando tudo e a 
todos. 
O amanhã chegará, sim sem
dúvidas alguma chegará e então
a justiça, calmamente, se 
manifestará.

  Lido da Silva,  Chuy, junho de 2015

                &


O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...