quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Sou o teu tolo - I'm your fool





Sou o teu bobo,
O teu tolo,
Teu jogo,
Que escolhestes para jogar.

Sou teu brinquedo,
Teu joguete,
Teu amante
O amor que não escolhestes para amar.

O teu desamor perverso,
Zomba da minha necessidade de ser teu amante,
Sorri, brinca com meus sentimentos,
Me deixa pra lá.

Tudo em mim é tristeza,
Mas o medo me segura e diz:
- Se te zangares ela vai nos deixar.
Mais uma vez me calo.

Calo-me mas o meu coração grita,
Sufoca o amor que o mata e o mata.
Agora sou livre,
Posso te deixar.

Já não sou o teu bobo,
O teu tolo,
Teu jogo,
Quem escolhestes para jogar.

Já não sou o teu brinquedo,
Teu joguete,
O teu amante,
O amor que nunca escolhestes para amar.

                                   Mauro Lucio, dezembro de 2016.

                         @

I'm your fool


I'm your fool.
Your fool,
Your game,
The game that you did choose to play.

I'm your toy
Your toy,
Your lover
The love that you didn't choose to love.

Your perverse lovelessness,
Mock of the my need to be your lover,
Its smile, its play with my feelings,
Just pot me on the corner.

Everything in me is sadness,
But the fear holds me and says:
- If you get angry, she'll leave us.
Once again I shut up.

I am silent but my heart screams,
It suffocates the love that kills and kills it.
Now I'm free,
I can leave you.

I'm no longer your fool,
Your fool,
Your game,
Who you did choose to play?

I'm not your toy anymore
Your toy,
Your lover,
The love that you never chose to love.

                         @

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Cúmplices



A agonia do descaso,
A brutalidade da força,
A frieza do tapa,
O empurrão
A reclusão.

Que disparate!
Ficar parado não é solução,
O calar sufoca.
Não!
Nem pensar,
É tudo agressão.

Confusão, a repressão
Repreende, nada permite.
O grito, com medo, cala,
Então morre.
A brutalidade intimida.

Onde está todo mundo?
O mundo, mudo, é 
Consumido.
A ganância voraz é
Insaciável.
Quem já têm muito,
Sempre quer mais.

Os calados são reféns e
Morrem reféns dos 
Seus silêncios.
Vítimas são apenas os 
Que questionam.
Os que calam, ainda 
Que vítimas, são
Cúmplices.

     Habacuc, dezembro de 2016.

             @

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Não me entendes






Se não ouves o meu grito,
Cochicho em teu ouvido.
Se ainda assim não entenderes
Deixarei como está.

@

domingo, 13 de novembro de 2016

Quando eu morrer




Quando eu morrer, se eu morrer,
Que o meu corpo não seja enterrado,
Tenho sério problema de claustrofobia
E seria horrível me sentir enclausurado,
Acho que morreria outra vez.

Quando eu atravessar antessala, se possível for,
Quero uma linda oração, que o meu corpo 
Seja cremado e as cinzas jogadas ao vento, de 
Preferência em uma praia,  ou pelo menos em
Um rio que desemboque no mar.

Quando morto,
Quero navegar os mares,
Quero viver, quero bailar com as ondas
E assistir as águas, em sua fúria, atirarem-se,
Se jogarem com violência contra os rochedos
Que teimosamente insistem bloquear o seu caminho.

Em espírito quero voar embrenhado ao corpo do vento.
Quero subir aos céus, quero confundir-me com a poeira.
Quero ser a poeira, ser a brisa que ama as flores na 
Surdina da madrugada.
Morto, quero viver as experiências que não me foram
Dadas a viver enquanto em vida.

Que o meu corpo não seja enterrado quando o meu
Último suspiro de vida for dado.
Que os meus restos repousem flutuando no ar e, sendo
Pó,  entre por todas as frestas sem discrição.
Que confundido com o vento eu sopre os desencantos,
Que eu faça flutuar as cortinas misturado à brisa 
Do entardecer. 

Que o meu corpo não seja enterrado, que não seja
Consumido pela terra, que não morra mais uma vez
Coberto pela tristeza.
Não peço para que não chorem a minha morte, sei que
Sempre haverá alguém para chorar os mortos. Mas
Suplico que as lágrimas vertidas por mim não dure além
Do que sei não ser constrangedor.

Quando eu partir não enterrem o meu corpo, tenho medo
Do escuro.
Quero, no além desta vida, ainda ver o nascer do sol,
Quero continuar a ser banhado pelo prateado da lua e
Sentir o perfume da terra molhada pela chuva.
Já morto, ainda quero ser beijado pela madrugada e beijar
O sorriso daqueles que me beijaram enquanto em vida.

Quando eu morrer que o meu corpo seja cremado e
Nunca enterrado.
Tenho claustrofobia e não suportaria o peso da terra sobre o
Meu corpo.
Morto, não quero ser enterrado pois quero continuar 
Admirando  a beleza romântica do por do sol.


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quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Eu não




Evasivas,
Timidez,
Indecisão.

Não,
Eu não.
A ilusão.

Calo,
Falo,
Estou mudo.

Esvaio-me,
Me dou,
Assim acontece.

Mal de paixão,
Dor de coração,
Ilusão.

O silêncio,
A madrugada,
A poesia, a brisa, a estrada.

Então!
Senão,
Intimida-me a intenção.

E o amor?
Terá o amor me deixado,
Ou nunca terei sido amado?

Não,
Eu não,
Ouço a razão.

      @


sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Certezas


Certezas!
Quão insanas são as certezas.
Duvide delas!
Pressione-as com veemência,  
E elas se entregam.

Não tenho certeza de nada.
Se me vês chorando,
Duvide da certeza de que sofro.
Certamente, com certeza,
Não reconheço o meu sofrer.

A certeza acusa,
Sua veemência cala,
Mas só cala os tolos
Que não tem certeza de nada.
Tolo não sou.

Não dou a certeza,
Para não me comprometer.
No âmago do falatório,
Tudo parece certo,
A incerteza espreita.

A certeza envaidece.
Vista-se da razão e lá está a arrogância.
Então ouve-se a incerteza
E a arrogância esvai-se.
Eita dúvida! A certeza treme.

Certezas!
Não me apoio na certeza,
Frágil como é,
Ela vacila diante das incertezas.
Melhor espiar.

                                        Lido da Silva

       @



quarta-feira, 5 de outubro de 2016

As evidências - The evidence



Observando as evidências, os temores,
As angústias e as lágrimas,
Deparei-me com uma única verdade;
O nascimento é o primeiro passo
Ao encontro da morte.

Dia após dia o corpo envelhece, as
Dores ficam mais doloridas, o frio
Mais frio, a tristeza mais triste e a
Ansiedade menos paciente.

Não temo as despedidas, tão certo
Quanto à morte, é o adeus.
O envelhecimento não espera e
As certezas titubeiam quando 
Confrontadas com as incertezas.

Arguindo com o tempo ganhei os
Meus cabelos brancos.
Enrugado, esperando pelo amanhã,
Dei-me conta de que um pouco de
Mim morreu ontem e foi 
Enterrado hoje.

A morte é a parteira da vida.
É!
É a morte que nos toma em seus
Braços quando choramos a
Nossas primeira lágrima.
Agora é só questão de tempo,
Todos morreremos.

Observando as evidencia 
Atentei que arguir com o 
Tempo não é inteligente. 
A evolução requer sacrifício e,
Sem morte não há vida eterna.

             Habacuc, outubro de 2016.

                  @
The evidence

By taking a look at the evidence, the
Fears, the anguish and the tears, 
I came across a single truth; 
Birth is the first step to the death.

Day after day the body ages, the
Pains get sorer, the cold colder,
The sadness saddest and the anxiety
Less patient.

I'm not afraid of the goodbyes, as 
Sure as the death is the goodbye.
Aging does not wait and the
Certainties falter when facing the
Uncertainties.

By arguing with the time I got
My grey hair.
Wrinkled, waiting for tomorrow,
I realized that a little of me died
Yesterday and it was buried 
Today.

Death is the midwife of life.
Yes!
It is death that takes us in its
Arms when we cry our first
Tears.
Now it's just a matter of time,
We all die.

By observing the evidence
I noted that arguing with the
Time is not smart. The
Evolution requires sacrifice
And, without death there is 
No eternal life.

             @


quarta-feira, 28 de setembro de 2016

As coisas são o que são - Things are what they are



As coisas são o que são,
São loucas,  são verdadeiras.
Governam a vida do cristão.

Espere e veja,
Desejos, volúpias, libido,
Como digo, loucuras.

Ouço as coisas,
Escuto o que quero e o que não quero.
Então não quero.

As coisas são o que são,
Vivo-as ou as rejeito. Que jeito?
Elas não mudarão.

Loucas,
Desgovernadas,
São assim, são as coisas, são o que são.

Não me entrego às loucuras das coisas,
Ainda que, descuidado, me engano.
Estou vivo, experimentando.

Dos desgovernos das coisas
Nascem as ilusões e as desilusões.
Ame e entenderás o que digo.

Nada de profecia, verdades ou mentiras.
As coisas são como são,
Loucas, mentirosas, encantadoras.

Esqueça o medo,
O medo atrapalha a viver,
E inibe o amar, a felicidade.

              Habacuc, setembro de 2016

              @

Things are what they are

Things are what they are,
They're crazy, they're true.
They govern the human´s life.

Wait and you will see,
Desires, voluptuousness, libido,
As I say, craziness.

I hear things
I hear what I want and what I don't.
So I don't want to.

Things are what they are,
Live them or reject them. What to do?
They will not change.

Craziness,
No control,
Just like that, things, just thing.

I don't give in to the madness,
Even if, carelessly, I'm wrong.
I'm alive, I´m trying.

From the mismanagement of things
Illusions and disillusions are born.
Fall in love and you will understand what I say.

No prophecy, truths or lies.
Things are as they are,
Crazy, lying, charming.

Forget the fear,
Fear gets in the way of living,
And inhibits the love, the happiness.

                     @


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Desiludido


Perdido,
Sem razão,
Sem motivo,
Não sou vida.

Perplexidade,
Diante de tanta indiferença,
Falas, mentiras,
Crenças, falsas crenças.

Na estrada,
Vida, vento, empurrões,
Chove frio, choro,
Destroem os meus sonhos.

Fui esquecido,
Sepultaram-me
Antes de eu morrer,
Excluíram-me.

O que foi feito do amor que ensinei?
Onde jogaram o amor que dei?
Estou aqui!
Ainda vivo, ainda amo.

Apagaram os meus beijos,
Negam os meus abraços,
Esqueceram o quanto amei,
Desacreditam o quanto amo.

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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Loucura


Louco!
Sábio me calo e guardo a razão.
Sorrindo explico a sapiência
Que causa ao outros tantas aflições.

Louco,
Sou o tempo a explicar
O que não é entendido, 
Em outras percepções, sim, sou louco.

Insano falo e entendem eu estar falando só.
Aponto e nada vêm.
Concordam que sou louco.
Então sou louco.

A razão não aceita que a loucura seja
A capacidade de perceber a vida fora do contexto.
Assim sou louco,
Percebo a lucidez.  

A normalidade das anormalidades
Assusta-me.
Não explica.
A loucura é inexplicável, é loucura. 

Loucos,
Não vêm a sanidade em minha loucura,
Taxam-me louco, mas nunca como demente.
Sorriem, me deixam para lá.

Sou fogo,
Sou água,
Sou terra,
Sou ar.

Louco,
Aceito a loucura e de onde estou,
assisto a agonias dos ditos normais e
a normalidade que os consome.

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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Trapaças - Cheats



Traça!
Trapaça das trapaças.
Zomba o sorriso tosco,
Torto está quem acredita.

Descalabro.
Acredite no azar e encontre a morte.
Não vá!
O desconhecido está atrás da porta.

Coisa estranha.
O que sai da boca do povo
Causa alvoroço.
Não escuto, não ligo, esqueço.

Deu no jornal.
Que importa! Não sei ler.
As noticias aborrecem,
Mentem.

De trapaças vive a trapaça.
A verdade!
Ela também trapaceia
Quando só acusa.

Zomba! Zomba a trapaça,
Zomba a verdade que não
Julga como deveria julgar.
Zomba o ato de calar.

Que morra a trapaça!
Que seu viúvo nada herde,
Que sua prole, do que lhe
Ensinado, nada guarde.
              Habacuc, agosto de 2016.

             @

Cheats


Moth!
The cheat of cheats.
Mocks the rough smile,
Crooked is who believes.

Break down.
Believe in bad luck and meet death.
Do not go!
The unknown is behind the door.

Strange thing.
What comes out of people's mouths
Causes an uproar.
I don't listen, I don't care, I forget.

It was in the newspaper.
I don´t care! I can do not read.
The news is boring,
They lie.

The cheating lives on cheat.
The truth!
The truth also cheats
When it just accuse.

Mock! Mock the cheat,
Mock the truth that doesn't
Judge as it ought to judge.
Mocks the act of silence.

May the cheat die!
May her widower inherit nothing.
May her offspring, from all that was
Taught to them, they keep nothing.

                   @

Espírito



Despido da matéria,
No universo da vida eterna, sou cores.
Sou branco, sou cinza, sou preto,
Sou luz, sou todas as cores.

No verge das coisas,
O desespero tem medo, grita.
O pânico, assustado, clama por calma,
A indiferença, - incrível! Interessa-se.

Eu! Sou eu, sou eu.
Grito! Não importa,
Sou luz, sou cor, a eternidade,
Não morro. Nunca morrerei.

Lágrimas!
O sorriso ainda não calou.
A voz calada continua muda,
Os lábios imploram por beijos.

Pasmo!
Terão fugido da verge as coisas?
Não adianta o desespero,
O incerto com frequência acontece.

Aconteceu.
A vida despe-se da matéria
E segue seu caminho só.
Sou luz, sou cores, sou amor.

               @

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Não vou me calar




Abaixe o tom!
Desprezastes os desvãos,
Não! Agora não!
Tarde demais.

Agora é tarde!
O tempo de diálogo já passou.
Tudo podias, mas nada fizeste,
Não adianta gritar.

O abismo tem fome.
A paciência esgota-se,
De repente descobri estar nu,
E gritei.

Deu-se o grito e,
Agora nada mais me cala,
Deixaste acontecer,
Não vou retroceder.

Pondere,
Tanto te chamei para conversar.
Agora conceda, ceda,
Porque não vou me calar.


                @

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Descaso


Este é o caso,
Abraço despido,
Afago esquecido,
As lágrimas. 

Saudades,
A chuva fina,
O vento frio,
Ocaso.

Solidão,
É um caso.
Seria um descaso
Caso não fosse  lágrimas.

Este é o caso,
Há muito não te vejo,
Há tempo não te beijo,
Fui esquecido.

O vento me varre,
Me joga pro canto,
Sou só desencanto,
Choro.

Sou o ermo,
A ilusão,
Contraste da razão,
A paixão.

Este é o caso,
O descaso,
Solidão,
É assim, tem sido assim.

     @




quinta-feira, 7 de julho de 2016

É assim - It’s like this



Descompasso,
a sorte abandonada,
o descaso.

O desencanto,
o espanto, surpreso,  grita,
o manifesto.
Alheia aos desenganos,
a desavença critica, desqualifica os fatos
e os deixa como estão.

Sorte do desaviso,
descuidado não se dá conta da gente,
não vê o que os olhos mostram.

As ruas gritam,
o dia finda, o sinistro da noite chega,
uns batem outros apanham.

As mudanças não chegam,
as notícias são trágicas,
mas não dão conta de tudo.

Desacostumado,
o susto não assusta,
o medo manifesto não age.

Escancarada, espantada a  boca seca
não engole,
o cuspe a engasga, a garganta fecha.

O dito é esquecido,
as promessas não brotam ,
as coisas esquecem.

Nas ruas, nada acontece,
uns morre, outros acabam,
é assim, nada muda.

Lido da Silva, abril de 2016


@

It’s like this

Mismatch,
The abandoned fate,
The neglect.

The disenchantment,
The astonishment, surprised, screams,
The manifest.

Oblivious to the disappointments,
The disagreement criticizes, disqualifies the facts
And leave them as they are.

Luck of unwary,
Careless does not notice the people,
It don't see what the eyes show.

The streets scream,
The day ends and the night's sinister arrives,
Some people hit others cry.

The changes never comes
The news is tragic,
But they don't tell everything.

Unaccustomed,
The fright does not frighten,
Manifest fear does not act.

Wide open, startled the dry mouth
Do not swallow,
The spit chokes her, the throat closes.

The saying are forgotten,
The promises do not sprout,
The things are forgotten.

In the streets nothing happens,
some die, others end ups,
That's it, nothing changes.

@

domingo, 3 de julho de 2016

Desatino - Folly


Um tapa me bate,
Reclamo, choro.
Outro tapa me cala.
Desalento,
Abandono,
Vivo só.
Sina,
Castigo,
Praga ou destino?
Mordo a língua,
As palavras traem,
Cismo,
Tenho medo,
Sinto frio.
O silêncio assusta,
As lágrimas queimam.
Meu coração,
Este, não tem jeito,
Apaixona-se desavergonhadamente,
Mente,
Engana-me,
Ilude-me.
Tudo se repete,
Casos já contados,
Sorriso sem graça,
Vergonha.
Já amei,
Já chorei,
Apanhei por causa da paixão.
Acontece de novo,
Sina,
Castigo,
Praga,
Bato na boca,
As palavras traem,
Desatino,
Destino.

       Lido da Silva, julho de 2016

              @

Folly

A slap hits me,
I complain, I cry.
Another slap shuts me up.
Dismay,
Abandonment,
I live alone.
Fate,
Punishment,
Prague or destiny?
I bite my tongue,
The words betray,
Schism,
I am scared,
I feel cold.
Silence is scary
Tears burn.
My heart,
My heart, there's no way to it,
Fall in love shamelessly,
It sais a lie,
Deceive me,
Delude me.
Everything is repeated
Cases already told,
Graceless smile,
Shame.
I already loved
I already cried,
I got it because of the passion.
It happens again,
Fate,
Punishment,
Prague,
I slap in the mouth,
The words betray,
folly,
Destiny.

               *

O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...