quarta-feira, 11 de maio de 2016

Descrente


Descrente das coisas,
Ouço gritos que gritam sem dor.
Assisto a protestos,
São protestos,
Não importa, a porta fechou.
La de dentro escapam gritos
Que não deviam escapar
Até porque, se livres, destoam de tudo.
Os ventos agora são outros,
No âmago das coisas,
As gargantas gritantes
Clamam sem saber o quê.
Deixo-os presos às ilusões,
Mas não me iludo.
Estou descrente das coisas,
Descrente das pessoas.
Nas ruas o brandir do chicote.
O grito,
A lágrima,
As lágrimas sorriem.
Não!
Nunca respeitou e agora chora.
A mão que açoitava,
Implora piedade.
Os lábios que mentiam,
Agora exigem verdades,
Mas só aceitam as suas verdades,
Não aceitam as verdades que regem a todos.
Querem respeito,
Mas só o respeito que os respeite,
Não o respeito que abarca a todos.
A peça é a mesma,
Implora para que a mão que castiga não o castigue,
Enquanto grita para a mão que afronta os
Outros surre sem piedade.
Estou descrente das coisas,
Descrente das pessoas.
Simplesmente descrente


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