quinta-feira, 30 de junho de 2016

Fatos


Cismas,
Desavenças,
Descrenças
Tens razão.
Nunca me escutaste,
O estado de espírito
Aflitivo cala,
Mascara a dor com um sorriso,
Engole seco,
Engasga,
Chora.
E daí?
Não enxugues as minhas lágrimas,
Que ela chore,
Que caia em minha boca
E sacie essa sede amarga,
Destrave o travo da minha garganta.
Não adianta!
O desapego me tomou,
Que importa o tempo,
Que vá.
Hum!
A gestação demorada deveria ter parido algo melhor,
Mas não foi assim.
Tempo desperdiçado,
O que nasceu é natimorto.
Cismas,
Argumentos,
Desafeto.
Resultado triste,
Devia ser longevo,
Mas é um aborto.
Não chorarei por isto,
Deixo para lá,
O tempo cuida,
O esquecimento enterra.
Do jeito que nasceu morreu,
Nada deixou.


              @

terça-feira, 28 de junho de 2016

Vivo a saudade - I live the longing

Saudades!
Saudades!
Saudades!
Por que dóis tanto em mim?
Sou só um humilde amante,
Que ama, e só ama.

A saudade!
O tempo,
A vida,
Tudo passa,
Só tu insistes em ficar.
Ficas, e fica em mim.

Saudade!
Vives em tudo que vivo,
Vives na lua e nas estrelas,
Vives no orvalho da madrugada,
No brilho do sol sobre o mar,
Na brisa e no horizonte.

Saudades!
Vivo a saudade,
Um lugar distante,
Algo em mim.
Um beijo que não dei,
Um amor que não ganhei.

Que saudades!
Sinto saudades do silêncio da neve,
Da brisa soprando na madrugada,
Do orvalho,
Tenho saudades do toque da pele,
Do beijo, o perfume.

Saudades!
Saudades!
Saudades!
Sou todo saudades,
Vivo a saudades,
Sinto saudades, muitas saudades de ti.

                             Lido da Silva, junho de 2016

                        @

I live the longing

Longing!
Longing!
Longing!
Why you do hurt me so much?
I'm just a humble lover,
Who loves, and only love.

The longing!
The time,
The life,
Everything will calm down,
Only you insist on staying.
You stay, and stay with me.

Longing!
You live in everything that I live,
You live in the moon and stars,
You live in the morning dew,
In the sunshine over the sea,
In the breeze and on the horizon.

Longing!
I live the longing,
A distant place,
Something in me.
A kiss that I didn't give,
A love that I never earn.

What a long!
I miss the silence of the snow,
I miss the breeze blowing at dawn,
I miss the dew,
I miss the skin touch,
I miss the kiss, I miss the perfume.

Longing!
Longing!
Longing!
I am the longing,
I live the longing,
I live the longing, I miss you so much.

                       @


quarta-feira, 22 de junho de 2016

Impaciente - Impatient


Que ansiá!
Esperar é ruim, o desespero
Atormenta e a demora
Incomoda.
Dói!
A dor doí mas é logo é
Esquecida.
O "não", atrevido, 
Interrompe a ação, cala.
O grito se teimoso grita, o
Soluço chora, suplica, o
Lamentar lamenta.
O vento sopra, o cisco cai
Nos olhos e o olhar fica
Cego.
Chega de teimosia, o dia
Cansado escurece, a 
Noite cai e abraçada pela
Madrugada, adormece.
A ânsia, ansiosa 
Incomoda, impaciente
Empurra quem está à
Sua frente, senta à sombra
Da agonia e espera.
O Resmungar, insolente
Rumina, resmunga de 
Toda a gente, cansa.
Insolente olha de soslaio,
É um lacaio.
Impertinente, o "acho",
Cheio de certezas se
Manifesta. 
Ele não cala, fala, mostra
E, ainda que sem saber
Nada. ensina como fazer.
A ânsia.ansiosa,
Reclama, reclama de
Tudo, fala mal de 
Todos.
 Lido da Silva, junho de 2016
.

            @

Impatient

What a longing!
To wait is no good, the 
Despair torment and 
Delay bother.
It hurts!
The pain hurts but it's
Soon is forgotten.
The "no", bold, 
Interrupt the action, its
Shut up.
The scream if stubborn
Screams, the hiccup 
Cries, pleads, the
Regret regrets.
The wind blows, the
Speck falls into the 
Yyes and the look 
Goes blind.
No more stubbornness, 
The day tired gets dark,
The night falls and 
Embraced by early 
Morning, fall asleep.
The eagerness, 
Anxious bother, 
Impatient push who is
In front of you, sit in 
The shade of agony 
And waiting.
The Grumble, Insolent
ruminates, grumbles 
Of everyone get tired.
Insolent glances 
Sideways, it's a lackey.
Naughty, the "I think",
Full of certainty
Manifest.
He doesn't shut up, he 
Talks, he shows and 
Even without knowing
Anything. He teaches 
How to do evething.
The eagerness.
Anxious, complain, 
Complain about
Everything she speaks 
Ill of all.

            @


segunda-feira, 13 de junho de 2016

Herdo e deserdo - I do inherit and disinherited





A vontade, o desejo.
A timidez, o disfarce, quero
Estar contigo.
Verdade!
O escuro da noite é 
Mistério, as madrugadas 
São apaixonante.
O orvalho banha, perfuma
O corpo, a brisa o enxuga 
Enquanto o ama.
A paixão é louca, 
Ciumenta e egoísta.
A indiferença divide, 
Separa, mata.
O beijo é o elo, é o 
Pecado e o pecar.
Engulo lágrimas, não 
Importa que sejam 
Amargas.
As engulo, herdo-as e 
As deserdo.
As verdades, às vezes, 
Me maltratam.
Não faz mal!
Bebo o meu trago e o 
Seu amargo trucida o 
Meu corpo.
O desgosto envolve o 
Que sou e ao sorrir 
Sacode todo o meu 
Corpo.
Penso em ti.
Penso no que fomos,
Quero tudo.
Te quero!
Não me deixes só.
As noites são fria,
O lamuriar do vento
Atormenta, a 
Madrugada sussurra
O teu nome a brisa
Tem o teu perfume 
Que desperta a 
Minha vontade de te
Ver.
Então viajo e, em 
Devaneios, 
Devaneio nós dois.

   Liso da Silva, junho de 2016

               @

I do inherit and disinherited

The will, the desire.
The shyness, the disguise, I want
To be with you.
True!
The dark of night is
Mystery, the dawns
Are passionate.
The dew bathes, perfumes
The body, the breeze dries it.
The passion is crazy,
Jealous and selfish.
Indifference divides,
Separate, kill.
The kiss is the link, it is the
Sin and sinning.
I swallow the tears, doesn’t
Matters if it are bitter.
I swallow it, I inherit it and
I desert them.
Sometimes the truth
Mistreat me.
To me Its fine!
I drink my drink and
Its bitterness crushes the
My body.
The grief surrounds
What I am and when it smile
Shake all my
Body.
I think in you.
I think of what we were
I want everything back.
I want you!
Don't leave me alone.
The nights are cold,
The Whisper of the Wind
Torments, the
Dawn whispers
Your name and the breeze
Has your perfume
That awakens
My will to you of
To see.
So I travel and in
Daydreams,
I daydream the two of us.

          @



quarta-feira, 8 de junho de 2016

Amigos



Cercado de bons amigos, 
Incauto, não fiz inimigos.
Não sendo dado aos copos
Nunca frequentei botecos, 
Desdenhei os bares e 
Desprezei os bêbados.
Num tropeço os amigos me abandonaram.
Então, cá com os meus botões, penso:
“Que falta faz os inimigos! ”
Esses não me esquecem jamais.
Amigos! Amizade é ilusão, mentiras,
Tudo mentira.
Amigos! Para que amigos?
Os bêbados dos bares são mais fies que estes.
Se eu tivesse feito inimigos,
Agora estaria sendo lembrado por alguém.
Eu falaria mal deles sem remorsos, rsrsrs.
A vida ensina:
“ Os amigos só se fazem presentes nos bons momentos”.
É regra, isto não muda.
Veja! Caí e espantei os meus amigos,
Eles fugiram com medo.
Tiveram receio de o meu tombo os derrubar também.
Não nego: sinto saudades dos velhos amigos,
Gente que rapidamente me esqueceu. Rssrsrsrsr
Não tenho inimigos mas gosto mais desses
Do que dos amigos que escolhi por amigos.    

                     @



segunda-feira, 6 de junho de 2016

Choro, amem! - I cry, amen!


Pecados,
Tropeços
Despidos ao avesso,
Rezo o terço,
Choro, amem!

Perdão,
Perdão que ouves,
Clemências que negas,
Não me reconheces,
Esqueceste de mim.

Pecado que não é meu,
Existe no mundo antes de eu nascer.
Sou mais moço que o castigo,
Sejas misericordioso comigo,
Perdão! Diga sim.

No meu conciente,
Há a certeza dos erros,
Dos vacilos,
Dos casos e
Dos cochilos.

Pecados,
Tropeços,
Os teus tropeços
Despidos ao avesso,
Repousa em meus braços.

Em teus olhos,
Não vejo culpas,
Vejo erros, tropeços
A serem perdoados,
A serem esquecidos.

       Lido da Silva, junho de 2016

            @

I cry, amen!

Sins,
Stumbles
Undressed in reverse,
I pray the rosary,
I cry, amen!

Forgiveness,
I'm sorry that you hear
Clemency that you deny,
You don't recognize me
You forgot me.

Sin that is not mine,
It exists in the world before I was 
Born.
I am younger than the punishment,
Be merciful to me,
Forgiveness! Say yes.

In my conscience,
There is certainty of mistakes,
The vacillators,
The cases and
The naps.

Sins,
Stumbles,
Your stumbles
Undressed in reverse,
All of it rest in my arms.

In your eyes,
I don't see blame
I see mistakes, stumbles
To be forgiven,
To be forgotten.

           @




O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...