segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Trapaças - Cheats



Traça!
Trapaça das trapaças.
Zomba o sorriso tosco,
Torto está quem acredita.

Descalabro.
Acredite no azar e encontre a morte.
Não vá!
O desconhecido está atrás da porta.

Coisa estranha.
O que sai da boca do povo
Causa alvoroço.
Não escuto, não ligo, esqueço.

Deu no jornal.
Que importa! Não sei ler.
As noticias aborrecem,
Mentem.

De trapaças vive a trapaça.
A verdade!
Ela também trapaceia
Quando só acusa.

Zomba! Zomba a trapaça,
Zomba a verdade que não
Julga como deveria julgar.
Zomba o ato de calar.

Que morra a trapaça!
Que seu viúvo nada herde,
Que sua prole, do que lhe
Ensinado, nada guarde.
              Habacuc, agosto de 2016.

             @

Cheats


Moth!
The cheat of cheats.
Mocks the rough smile,
Crooked is who believes.

Break down.
Believe in bad luck and meet death.
Do not go!
The unknown is behind the door.

Strange thing.
What comes out of people's mouths
Causes an uproar.
I don't listen, I don't care, I forget.

It was in the newspaper.
I don´t care! I can do not read.
The news is boring,
They lie.

The cheating lives on cheat.
The truth!
The truth also cheats
When it just accuse.

Mock! Mock the cheat,
Mock the truth that doesn't
Judge as it ought to judge.
Mocks the act of silence.

May the cheat die!
May her widower inherit nothing.
May her offspring, from all that was
Taught to them, they keep nothing.

                   @

Espírito



Despido da matéria,
No universo da vida eterna, sou cores.
Sou branco, sou cinza, sou preto,
Sou luz, sou todas as cores.

No verge das coisas,
O desespero tem medo, grita.
O pânico, assustado, clama por calma,
A indiferença, - incrível! Interessa-se.

Eu! Sou eu, sou eu.
Grito! Não importa,
Sou luz, sou cor, a eternidade,
Não morro. Nunca morrerei.

Lágrimas!
O sorriso ainda não calou.
A voz calada continua muda,
Os lábios imploram por beijos.

Pasmo!
Terão fugido da verge as coisas?
Não adianta o desespero,
O incerto com frequência acontece.

Aconteceu.
A vida despe-se da matéria
E segue seu caminho só.
Sou luz, sou cores, sou amor.

               @

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Não vou me calar




Abaixe o tom!
Desprezastes os desvãos,
Não! Agora não!
Tarde demais.

Agora é tarde!
O tempo de diálogo já passou.
Tudo podias, mas nada fizeste,
Não adianta gritar.

O abismo tem fome.
A paciência esgota-se,
De repente descobri estar nu,
E gritei.

Deu-se o grito e,
Agora nada mais me cala,
Deixaste acontecer,
Não vou retroceder.

Pondere,
Tanto te chamei para conversar.
Agora conceda, ceda,
Porque não vou me calar.


                @

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Descaso


Este é o caso,
Abraço despido,
Afago esquecido,
As lágrimas. 

Saudades,
A chuva fina,
O vento frio,
Ocaso.

Solidão,
É um caso.
Seria um descaso
Caso não fosse  lágrimas.

Este é o caso,
Há muito não te vejo,
Há tempo não te beijo,
Fui esquecido.

O vento me varre,
Me joga pro canto,
Sou só desencanto,
Choro.

Sou o ermo,
A ilusão,
Contraste da razão,
A paixão.

Este é o caso,
O descaso,
Solidão,
É assim, tem sido assim.

     @




O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...