quarta-feira, 28 de setembro de 2016

As coisas são o que são - Things are what they are



As coisas são o que são,
São loucas,  são verdadeiras.
Governam a vida do cristão.

Espere e veja,
Desejos, volúpias, libido,
Como digo, loucuras.

Ouço as coisas,
Escuto o que quero e o que não quero.
Então não quero.

As coisas são o que são,
Vivo-as ou as rejeito. Que jeito?
Elas não mudarão.

Loucas,
Desgovernadas,
São assim, são as coisas, são o que são.

Não me entrego às loucuras das coisas,
Ainda que, descuidado, me engano.
Estou vivo, experimentando.

Dos desgovernos das coisas
Nascem as ilusões e as desilusões.
Ame e entenderás o que digo.

Nada de profecia, verdades ou mentiras.
As coisas são como são,
Loucas, mentirosas, encantadoras.

Esqueça o medo,
O medo atrapalha a viver,
E inibe o amar, a felicidade.

              Habacuc, setembro de 2016

              @

Things are what they are

Things are what they are,
They're crazy, they're true.
They govern the human´s life.

Wait and you will see,
Desires, voluptuousness, libido,
As I say, craziness.

I hear things
I hear what I want and what I don't.
So I don't want to.

Things are what they are,
Live them or reject them. What to do?
They will not change.

Craziness,
No control,
Just like that, things, just thing.

I don't give in to the madness,
Even if, carelessly, I'm wrong.
I'm alive, I´m trying.

From the mismanagement of things
Illusions and disillusions are born.
Fall in love and you will understand what I say.

No prophecy, truths or lies.
Things are as they are,
Crazy, lying, charming.

Forget the fear,
Fear gets in the way of living,
And inhibits the love, the happiness.

                     @


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Desiludido


Perdido,
Sem razão,
Sem motivo,
Não sou vida.

Perplexidade,
Diante de tanta indiferença,
Falas, mentiras,
Crenças, falsas crenças.

Na estrada,
Vida, vento, empurrões,
Chove frio, choro,
Destroem os meus sonhos.

Fui esquecido,
Sepultaram-me
Antes de eu morrer,
Excluíram-me.

O que foi feito do amor que ensinei?
Onde jogaram o amor que dei?
Estou aqui!
Ainda vivo, ainda amo.

Apagaram os meus beijos,
Negam os meus abraços,
Esqueceram o quanto amei,
Desacreditam o quanto amo.

                 @





sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Loucura


Louco!
Sábio me calo e guardo a razão.
Sorrindo explico a sapiência
Que causa ao outros tantas aflições.

Louco,
Sou o tempo a explicar
O que não é entendido, 
Em outras percepções, sim, sou louco.

Insano falo e entendem eu estar falando só.
Aponto e nada vêm.
Concordam que sou louco.
Então sou louco.

A razão não aceita que a loucura seja
A capacidade de perceber a vida fora do contexto.
Assim sou louco,
Percebo a lucidez.  

A normalidade das anormalidades
Assusta-me.
Não explica.
A loucura é inexplicável, é loucura. 

Loucos,
Não vêm a sanidade em minha loucura,
Taxam-me louco, mas nunca como demente.
Sorriem, me deixam para lá.

Sou fogo,
Sou água,
Sou terra,
Sou ar.

Louco,
Aceito a loucura e de onde estou,
assisto a agonias dos ditos normais e
a normalidade que os consome.

                        @




Fardo

  Envelheci. O que me foi dado a viver, vivi.  Os meus olhos, agora cansados, vêm, ainda que sem muita nitidez, a hora da minha despedida. V...