quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Cúmplices



A agonia do descaso,
A brutalidade da força,
A frieza do tapa,
O empurrão
A reclusão.

Que disparate!
Ficar parado não é solução,
O calar sufoca.
Não!
Nem pensar,
É tudo agressão.

Confusão, a repressão
Repreende, nada permite.
O grito, com medo, cala,
Então morre.
A brutalidade intimida.

Onde está todo mundo?
O mundo, mudo, é 
Consumido.
A ganância voraz é
Insaciável.
Quem já têm muito,
Sempre quer mais.

Os calados são reféns e
Morrem reféns dos 
Seus silêncios.
Vítimas são apenas os 
Que questionam.
Os que calam, ainda 
Que vítimas, são
Cúmplices.

     Habacuc, dezembro de 2016.

             @

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