sábado, 23 de setembro de 2017

As coisas acontecem - Things happen



Avesso às coisas,
O inicio, o meio e fim,
Contrário às lágrimas,
Aos sorrisos frios,
As meias verdades,
Às coisas.
Avessos a tudo que acontece,
Que começam assim,
Só assim.
Acontecem, envolvem,
Eu com medo delas,
E elas nunca com medo de mim.
O começo,
Algo que parece não ter fim,
O fim que sei ser certo,
Mas que não o quero para mim.
Mistério, mistério, mistério!
Meus medos,
Meu desespero.
O sol,
A sombra,
O escuro,
O assombro,
O calafrio,
Sinto frio.
O grito,
O arregalar dos olhos,
O amargo da boca,
A garganta cala.
Ainda avesso às coisas,
Elas começam, acontecem.
Sim! 
Acontecem,
São verdades,
Dúvidas que envolvem,
O medo.
É sempre assim,
Se dá em mim,
Acordo no meio da noite,
O silêncio,
O mistério dos medos,
O meu medo,
Avesso às coisas.

                     Lido da Silva, setembro de 2017


        @


Things happen

Averse to the things,
The beginning, the middle and the end,
Contrary to tears,
To cold smiles,
Half truths,
The things.
Averse to everything that happens,
That start like this,
Just like that.
Happen, involve,
I'm afraid of them
And they are never scared of me.
The beginning,
Something that seems to have no end,
The end that I know that is certain,
But I don't want it for myself.
Mystery, mystery, mystery!
My fears,
My despair.
The sun,
The shadow,
The dark,
The astonishment,
The chill,
I feel cold.
The Scream,
The widening of the eyes,
The bitterness of the mouth,
The throat shuts up.
Still averse to things,
They start, they happen.
Yes!
Happen,
They are truths,
Questions involving
The fear.
It is always like that,
Its  happens in me,
I wake up in the middle of the night,
The silence,
The mystery of fears,
My fear,
Averse to things.

                            @


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Paixão - Passion





Que sangre!
É paixão.
É paixão, é saudade,
Falo de solidão.
As lágrimas não curam,
Não amenizam a dor.
Bebo para esquecer,
Mas os copos não são solução.
É saudade,
É o “não”.
Que sangre!
A boca amarga,
Implora o teu beijo,
Tudo é muito cinza,
O céu sem graça,
É paixão,
É solidão.
Grito o teu nome,
Mas a minha voz não te alcança.
O meu pranto não cala,
Te chama, te chama, te chama,
Não me ouves,
Não ouves o meu lamento.
Então,
Que sangre!
Que sangre!
Que sangre!
Sem ti tudo é frio, muito frio.
Longe de ti,
A vida não tem razão de ser,
O céu chove,
O céu chora,
Quero te ver,
Preciso te viver.

                   Habacuc, setembro de 2017

                      @

Passion

May it hurt!
It's love.
It's passion, it's longing,
I´m talking about loneliness.
Tears do not heal
They don't ease the pain.
I get drunk to forget all,
But cups are not the solution.
It´s longing,
It's the "no".
Let its hurt!
Bitter mouth,
Its remind of your kiss,
Everything is very gray
The graceless sky,
It's love,
It's loneliness.
I scream your name,
But my voice does not reach you.
My tears do not stop,
Calls you, calls you, calls you
You don't hear me
You don't hear my cry.
Then,
May it hurt!
May it hurt!
May it hurt!
Without you everything is so cold, 
Very cold.
Far away from you,
Life has no reason to be,
The sky cries,
The sky cries,
I want to see you,
I need to live you.

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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Nosso pecado - Our sins




O coite.
O silêncio,
O gemido,
O grito.
O prazer,
Que prazer!
Descalabro,
Cumplicidade.
Teus lábios,
Meus lábios,
O estalar de um beijo.
O teu cheiro,
O nosso cheiro,
O vento.
A brisa,
O orvalho,
O perfume,
A madrugada.
Vontades,
Desejos,
Fantasias,
Devaneios,
O meu corpo
Em teu corpo.
Louco,
Te viajo,
Sinto o teu calor.
Me molho,
O teu pecado,
O meu pecado,
Nosso amor.

    Lido da Silva, setembro de 2017

              @

Our sins

The making love,
The silence,
The groan,
The Scream.
The pleasure,
What a pleasure!
Disaster,
Complicity.
Your lips,
My lips,
The snap of a kiss.
Your smell,
Our smell,
The wind.
The breeze,
The dew,
he perfume,
The dawn.
Wills,
Wishes,
Fantasys,
Daydreams,
My body
In your body.
Crazy,
I travel in you,
I feel your heat.
I get wet,
Your sin,
My sin,
Our love.

 @






O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...